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MEMÓRIA
Famoso nos anos 40 em Nova York, Joe Gould virou filme
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos anos 40, ganhou fama
no Greenwich Village, o então bairro boêmio de Manhattan, um personagem de
nome Joe Gould, que dormia em albergues públicos,
hotéis decadentes, pensões
e, muitas vezes, nas ruas.
Vivia sujo e com roupas
rasgadas e sobrevivia da caridade dos amigos que fazia
em noites de bebedeira e das
histórias que contava. Aos
poucos, foi adotado pela intelectualidade nova-iorquina, que achava exótico convidá-lo para festas e o ouvir
declamar poemas e textos,
que dizia ter escutado "das
vozes que vêm das ruas".
Joe Gould chamou a atenção do jornalista Joseph Mitchell, que o tornou internacionalmente conhecido ao
escrever seu perfil para a revista "New Yorker" em 1942.
Gould, escreveu Mitchell,
lhe disse que preparava uma
obra fundamental para a literatura americana, que ele
batizara de "História Oral do
Nosso Tempo", e planejava
publicar assim que tivesse
tempo de recolher todos os
textos, espalhados por várias
casas de várias cidades.
O personagem morreu em
1957, aos 68 anos, vítima de
uma arteriosclerose, e seus
escritos nunca foram encontrados. Sete anos após a
morte dele, Mitchell escreveu outro perfil para a mesma "New Yorker". Desta
vez, o texto trazia como título "O Segredo de Joe Gould".
Nele, o jornalista revelava
o mistério do personagem.
Foi a última reportagem publicada por Mitchell, que
continuou a ir trabalhar diariamente na redação da revista nova-iorquina e a receber seu salário até morrer,
vítima de câncer, em 1996.
"O Segredo de Joe Gould"
virou livro, reunindo ambos
os perfis, e, em 2000, foi
adaptado para o cinema, em
filme dirigido por Stanley
Tucci, que também interpreta Mitchell, com o inglês Ian
Holm no papel do maltrapilho literário de Nova York.
Como no segundo texto da
revista, o longa revela qual
era, afinal, o segredo de Joe
Gould. Para saber, leia o livro, veja o filme. As obras estão disponíveis no Brasil: há
o DVD e a Companhia das
Letras lançou "O Segredo de
Joe Gould" em 2003.
(SD)
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