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VESTIDO DE SP
Vendedor de mapas diz que paulistanos são desorientados
Fernando Nogueira de Araújo,
60, acordou ontem e vestiu um
mapa de São Paulo por cima da
camiseta surrada. Abriu um buraco no papel, bem no miolo rico da
cidade, e colocou a cabeça.
Migrante nordestino, Araújo
disse que pretendia chegar a Santo Amaro (zona sul). "Hoje vou
ser assassino daquilo que está me
matando aos poucos. A saudade",
disse. A saudade, dizia, era de dois
amigos que conheceu em um cortiço em que viveu com a família
nos anos 50, em Santo Amaro.
Araújo vive e trabalha no centro, vendendo mapas. Para ele, o
paulistano é desorientado. Sempre busca alguma coisa sem saber
que já a encontrou.
"Trabalho na Florêncio de
Abreu. Às vezes o cidadão chega
e, na rua, me pergunta assustado:
"onde é a Florêncio de Abreu?'"
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