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Após 13 dias, 7º corpo é achado na cratera
No local, foi achada a identidade do contínuo Cícero Augustinho da Silva, 61, desaparecido desde o dia do acidente no metrô
Vítima foi encontrada a cerca de cinco metros do local de onde foi retirado o microônibus, na área da obra próxima à rua Capri
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bombeiros encontraram
ontem, por volta das 21h, um
sétimo corpo sob os escombros
das obras da linha 4 do metrô,
em Pinheiros (zona oeste de
São Paulo). Junto ao corpo foi
achada uma identidade do contínuo Cícero Augustinho da Silva, 61, desaparecido desde o dia 12, quando ocorreu o desabamento. Por volta das 23h30 o
corpo foi encaminhado ao IML,
para confirmar a identificação.
A descoberta ocorreu um dia
depois de a Polícia Civil de São
Paulo anunciar que era praticamente certo que Silva fosse
uma das vítimas do desmoronamento. O anúncio foi feito
após investigação sobre os últimos passos do contínuo.
A confirmação da localização
da sétima vítima foi dada por
volta das 22h30 pelo governador José Serra (PSDB), que foi
ao local do acidente. "Foi encontrado um corpo. Existe a
suspeita de que seja o do Cícero. Esse corpo está entre ferragens", afirmou Serra.
Mais tarde, o secretário da
Segurança, Ronaldo Marzagão,
anunciou que junto ao corpo foi
achada a identidade de Silva.
Ele afirmou que, por questão de
praxe, ainda seria feita a identificação do corpo no IML.
De acordo com o capitão
Mauro Lopes, dos Bombeiros, o
cadáver estava a cerca de cinco
metros de onde havia sido encontrado o microônibus, na
área próxima à rua Capri.
Serra disse que o corpo estava preso entre escombros e placas de sinalização.
Para auxiliar nas buscas, os bombeiros usaram um terceiro cão farejador.
A família do contínuo se dizia
ontem à tarde cansada e indignada com todo o processo. Segundo o vendedor Alexandre Lima da Silva, 23, um dos filhos
de Silva, logo após o acidente o
tratamento dispensado à família foi horrível.
"Deixa o nome dele aí, qualquer coisa a gente liga", repetia
a frase que ouviu da assistente
social quando informou o desaparecimento do pai. "Se fosse o
pai do delegado geral, se fosse o
filho do presidente, se fosse o
filho do governador, estaria até
o Exército lá."
Depoimento
O depoimento à polícia de
um dos funcionários da obra do
metrô contradiz a informação
do Consórcio Via Amarela de
que o motorista Francisco Sabino Torres, 47, morreu nos escombros porque voltou ao caminhão para pegar a pochete.
Em depoimento à 3ª Delegacia Seccional e em entrevista à
Folha, o motorista José Arimatéia da Silva, 53, disse que Torres voltava ao veículo para trabalhar porque eles não sabiam
do risco de desabamento.
Colaborou ROGÉRIO PAGNAN , da Reportagem
Local
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