São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

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Após 13 dias, 7º corpo é achado na cratera

No local, foi achada a identidade do contínuo Cícero Augustinho da Silva, 61, desaparecido desde o dia do acidente no metrô

Vítima foi encontrada a cerca de cinco metros do local de onde foi retirado o microônibus, na área da obra próxima à rua Capri

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bombeiros encontraram ontem, por volta das 21h, um sétimo corpo sob os escombros das obras da linha 4 do metrô, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo). Junto ao corpo foi achada uma identidade do contínuo Cícero Augustinho da Silva, 61, desaparecido desde o dia 12, quando ocorreu o desabamento. Por volta das 23h30 o corpo foi encaminhado ao IML, para confirmar a identificação.
A descoberta ocorreu um dia depois de a Polícia Civil de São Paulo anunciar que era praticamente certo que Silva fosse uma das vítimas do desmoronamento. O anúncio foi feito após investigação sobre os últimos passos do contínuo.
A confirmação da localização da sétima vítima foi dada por volta das 22h30 pelo governador José Serra (PSDB), que foi ao local do acidente. "Foi encontrado um corpo. Existe a suspeita de que seja o do Cícero. Esse corpo está entre ferragens", afirmou Serra.
Mais tarde, o secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão, anunciou que junto ao corpo foi achada a identidade de Silva. Ele afirmou que, por questão de praxe, ainda seria feita a identificação do corpo no IML.
De acordo com o capitão Mauro Lopes, dos Bombeiros, o cadáver estava a cerca de cinco metros de onde havia sido encontrado o microônibus, na área próxima à rua Capri. Serra disse que o corpo estava preso entre escombros e placas de sinalização.
Para auxiliar nas buscas, os bombeiros usaram um terceiro cão farejador. A família do contínuo se dizia ontem à tarde cansada e indignada com todo o processo. Segundo o vendedor Alexandre Lima da Silva, 23, um dos filhos de Silva, logo após o acidente o tratamento dispensado à família foi horrível. "Deixa o nome dele aí, qualquer coisa a gente liga", repetia a frase que ouviu da assistente social quando informou o desaparecimento do pai. "Se fosse o pai do delegado geral, se fosse o filho do presidente, se fosse o filho do governador, estaria até o Exército lá."

Depoimento
O depoimento à polícia de um dos funcionários da obra do metrô contradiz a informação do Consórcio Via Amarela de que o motorista Francisco Sabino Torres, 47, morreu nos escombros porque voltou ao caminhão para pegar a pochete.
Em depoimento à 3ª Delegacia Seccional e em entrevista à Folha, o motorista José Arimatéia da Silva, 53, disse que Torres voltava ao veículo para trabalhar porque eles não sabiam do risco de desabamento.


Colaborou ROGÉRIO PAGNAN , da Reportagem Local


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