EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), evitou por duas vezes ontem um protesto organizado por movimentos de moradia. Primeiro, ele saiu pelos fundos da Catedral da Sé. Depois, saiu mais cedo e sem discursar do ato em comemoração ao aniversário da cidade no Pátio do Colégio.
Em seus dois primeiros anos como prefeito, Kassab atravessou a praça da Sé a pé após a missa de aniversário e discursou no Pátio do Colégio. Em 2007, ele cumpriu o ritual mesmo diante de protestos de movimentos de moradia e contra o aumento da tarifa de ônibus.
Os cerca de cem manifestantes, que estavam na Sé desde as 9h, gritavam palavras como "o povo na rua, Kassab a culpa é sua". Eles queriam entregar ao prefeito um trator de brinquedo e uma marreta, simbolizando a intenção da prefeitura de demolir os edifícios São Vito e Mercúrio, no centro. No local, será construída uma praça.
"A prefeitura vai gastar R$ 10 milhões para fazer uma praça em área reservada para moradia popular", disse Aldo Sauda, do Fórum Centro Vivo.
Quando os manifestantes, incluindo vereadores do PT, chegaram ao Pátio do Colégio após serem informados de que o prefeito havia saído da igreja de carro, um assessor do prefeito disse que o discurso de Kassab seria cancelado. A conversa vazou pelo sistema de som.
No momento da cerimônia que autoridades se dirigem ao sino que simboliza o local da fundação da cidade, seguranças fizeram um corredor de proteção e o prefeito entrou no carro.
Kassab disse que optou por se deslocar de carro em respeito às pessoas que o esperavam em uma inauguração -a missa foi mais longa que o previsto. Ele disse que não haveria discurso no Pátio do Colégio.


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