São Paulo, terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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ARMINDA GENTILE DA SILVA (1910-2010)

Uma família quase interrompida em 32

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o infortúnio de Arminda Gentile da Silva, na época recém-casada e com um filho pequeno, 1932 foi um ano de revolução. O conflito lhe tirou o marido, um funcionário da Secretaria Estadual da Saúde, de casa.
Ficaram mulher e filho esperando que o chefe do lar voltasse dos combates, que duraram de julho a outubro.
Como ele não retornava, e sem receber nenhuma notícia de seu paradeiro, Arminda julgou-se viúva aos 22 anos. Pegou o filho e mudou-se para a casa da mãe. Até que, tempos depois do fim do conflito, um barbudo e maltrapilho lhe apareceu na porta de casa. Era seu marido. No Rio, ele havia se tornado prisioneiro, impossibilitado de informar à família sobre o que lhe ocorrera.
Assim que chegou, ele queimou a farda, já toda rasgada, voltou ao trabalho, e o casal pôde retomar a vida.
Descendente de italianos, Arminda foi uma dona de casa agitada e geniosa. Caseira, gostava de reunir a família e de cozinhar.
Por ter crescido numa casa onde se fazia vinho artesanal, adorava a bebida. O neto Sérgio credita a longevidade da avó ao hábito de beber um pouco de vinho todo dia.
Ela morreu na quinta-feira, em decorrência de uma pneumonia, poucas semanas antes de completar cem anos de vida. Teve um filho, três netos e três bisnetos.

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