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ARMINDA GENTILE DA SILVA (1910-2010)
Uma família quase interrompida em 32
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o infortúnio de Arminda Gentile da Silva, na
época recém-casada e com
um filho pequeno, 1932 foi
um ano de revolução. O conflito lhe tirou o marido, um
funcionário da Secretaria
Estadual da Saúde, de casa.
Ficaram mulher e filho esperando que o chefe do lar
voltasse dos combates, que
duraram de julho a outubro.
Como ele não retornava, e
sem receber nenhuma notícia de seu paradeiro, Arminda julgou-se viúva aos 22
anos. Pegou o filho e mudou-se para a casa da mãe.
Até que, tempos depois do
fim do conflito, um barbudo
e maltrapilho lhe apareceu
na porta de casa. Era seu marido. No Rio, ele havia se tornado prisioneiro, impossibilitado de informar à família
sobre o que lhe ocorrera.
Assim que chegou, ele
queimou a farda, já toda rasgada, voltou ao trabalho, e o
casal pôde retomar a vida.
Descendente de italianos,
Arminda foi uma dona de casa agitada e geniosa. Caseira,
gostava de reunir a família e
de cozinhar.
Por ter crescido numa casa
onde se fazia vinho artesanal, adorava a bebida. O neto
Sérgio credita a longevidade
da avó ao hábito de beber um
pouco de vinho todo dia.
Ela morreu na quinta-feira, em decorrência de uma
pneumonia, poucas semanas
antes de completar cem anos
de vida. Teve um filho, três
netos e três bisnetos.
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