São Paulo, terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em sua posse, reitor da USP defende ensino a distância

Grandino Rodas enfrentou 1º protesto de estudantes ontem

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo reitor da USP, João Grandino Rodas, empossado ontem, defendeu a utilização do ensino a distância na universidade -a modalidade enfrenta resistência na instituição.
"Qualquer universidade que queira continuar como universidade precisa ter ênfase nos meios modernos de tecnologia, tanto no ensino presencial quanto semipresencial", disse ele, após cerimônia de posse, na Sala São Paulo (centro).
A criação de curso a distância na universidade foi uma das críticas feitas em greve na USP no ano passado. A alegação é que a modalidade não tem a mesma qualidade da presencial.
Uma licenciatura a distância em ciências chegou a ter previsão de início para este ano, mas foi suspensa em 2009.
Os professores envolvidos reclamaram de ingerência da gestão José Serra (PSDB) em seu curso. Já os grevistas entenderam que a decisão foi tomada devido aos protestos. O secretário de Ensino Superior, Carlos Vogt, negocia com o novo reitor a retomada do projeto.
Rodas disse ontem que buscará recursos com bancos para melhorar a infraestrutura da instituição e também que a USP deve integrar o Enade.
Em seu discurso, defendeu maior diálogo na universidade. Já enfrentou, porém, seu primeiro protesto como reitor: cerca de 70 manifestantes, segundo contagem dos próprios participantes, bloqueavam a saída de carros do estacionamento da Sala São Paulo. A PM contabilizou 40 pessoas.
Com faixas e apitos, protestavam contra a posse do novo reitor e contra o aumento de tarifas do transporte público. Segundo os manifestantes, os policiais usaram cassetetes e bombas de efeito moral. A PM diz que não houve violência.
Três estudantes foram detidos e permaneciam na delegacia até ontem à noite.
A cerimônia, que lotou a Sala São Paulo (capacidade para 1.400 pessoas), teve a presença do prefeito de SP, Gilberto Kassab (DEM), secretários de Estado, deputados e ministros do Supremo Tribunal Federal.
O clima formal foi quebrado por alguns deslizes dos atores Paulinho Vilhena e Thaila Ayala, que conduziram a cerimônia. Vilhena, por exemplo, teve dificuldades para pronunciar "arcebispo", ao anunciar a presença do cardeal dom Odilo Scherer. Já Ayala disse que estava encerrado um culto ecumênico quando apenas um dos convidados havia falado.


Colaboraram RICARDO WESTIN, da Reportagem Local, e a FOLHA ONLINE


Texto Anterior: Arminda Gentile da Silva (1910-2010): Uma família quase interrompida em 32
Próximo Texto: Foco: 6.000 ciclistas festejam o aniversário de SP; à tarde, mau tempo esvazia shows
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.