São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

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ARTHUR AMORIM SANTOS (2001-2011)

Arthur, o pequeno paleontólogo

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Ao perceber o interesse do menino, a atendente do museu que Arthur Amorim visitava com o pai perguntou ao garoto se ele gostava de dinossauros. "Gosto não, sou especialista" foi a resposta.
Arthur, o pequeno paleontólogo de Maceió (AL), fez em outubro nove anos. Desde os seis, quando lhe apareceu um carocinho indolor, ele visitava hospitais para combater um tipo raro de tumor que atinge cabeça e pescoço.
Em 2008, ele começou a se tratar no Hospital AC Camargo, em SP. De lá para cá, escreveu um livro sobre os dinos, "As Aventuras de Yoshito", e já pensava em fazer outro: "Yoshito Com Câncer".
No fim do ano passado, ele realizou um sonho: foi ao programa de Jô Soares conversar sobre dinossauros.
Sagaz como um troodon, o "dinossauro mais inteligente do mundo", como dizia, sabia nomes, tamanhos e épocas em que viveram os animais. Ao ser presenteado pelo apresentador com um boneco, foi questionado sobre que espécie era. "A fábrica que inventou esse dinossauro, ele não existe", disse.
Arthur desenhava e modelava bichos em massinha. Segundo a médica Cecília da Costa, que cuidou dele, ele era cativante. Ela guardou os desenhos que ganhou.
O pai, o consultor Claudio, conta que o filho não se abatia. Anteontem, quando lhe questionaram sobre o que desejava, ele quis brincar com o irmão Vinicius, 12. Depois, pouco antes de morrer, saiu da cama e abraçou o pai.
Seu enterro será hoje, em Maceió. No velório, a família vai tocar "We Are the Champions", do Queen, música que Arthur ouvia o dia todo.

coluna.obituario@uol.com.br


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