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Sindicato pode pedir a nulidade do processo ou a republicação dos prazos, o que pode adiá-lo por mais de um mês
Transurb tentará barrar licitação na Justiça
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O sindicato que representa os
empresários de ônibus de São
Paulo tentará barrar na Justiça a
continuidade da licitação do novo
modelo de transporte, que tem a
entrega dos envelopes marcada
para a próxima sexta-feira.
A posição foi divulgada ontem
por Antonio Sampaio Amaral Filho, diretor jurídico do Transurb
(sindicato das viações), um dia
depois de os conselheiros do
TCM (Tribunal de Contas do Município) terem liberado a concorrência, revertendo a recomendação de suspensão dada pelo próprio tribunal no mês passado.
Segundo Amaral Filho, a entidade ainda vai decidir se, na ação,
solicitará apenas a republicação
dos prazos da licitação (o que a
adiaria por mais de um mês) ou a
nulidade dela. Ele disse que os
empresários de ônibus também
deverão entrar com ações individualmente na tentativa de barrar
a licitação.
"Queremos preservar os direitos das viações", afirmou Amaral
Filho, sem detalhar os argumentos que serão utilizados pelo
Transurb.
"Não vai fugir do que já foi levantado nos últimos meses", disse, em referência aos investimentos previstos na concorrência
(com a inclusão de frota nova nos
corredores em construção), considerados excessivos pelas empresas, e à demanda prevista no edital, de mais de 180 milhões de passageiros por mês, que elas consideram estar superavaliada.
Entrega das propostas
O diretor do Transurb não disse
se as viações entregarão as propostas na sexta caso não consigam derrubar a licitação na Justiça. "É uma decisão empresarial. O
Transurb não tem controle."
A primeira data estabelecida pela prefeitura no edital para a entrega dos envelopes era o dia 3
deste mês, mas foi adiada após o
TCM recomendar a suspensão do
processo sob a alegação de que
havia falhas e ilegalidades. Um
dos problemas era a previsão de
que as empresas de ônibus seriam
selecionadas com base na menor
remuneração por passageiro
transportado.
O tribunal sustentava que o critério contrariava a lei federal
8.987/95, pela qual a "menor tarifa
do serviço público a ser prestado"
é o que deveria prevalecer.
Naquela ocasião, as viações
paulistanas não depositaram os
valores caução exigidos para a entrega das propostas. Agora, poderão fazê-lo até amanhã.
Novos interessados
O secretário dos Transportes,
Jilmar Tatto, disse ontem que a
gestão Marta Suplicy (PT) não teme um adiamento dos prazos.
"É uma pena que eles entrem na
Justiça, mas estamos preparados
para combater as ações", afirmou
o secretário.
Segundo Tatto, houve novos interessados na licitação depois que
a primeira data para a entrega dos
envelopes foi postergada.
Ele disse acreditar que os empresários da capital paulista estejam "blefando" ao ameaçar não
entrar na disputa.
O secretário afirmou ainda que
pretende marcar para a semana
que vem a entrega dos envelopes
da licitação dos perueiros, que foi
adiada por medidas judiciais. "Só
falta derrubar uma."
O novo sistema de transporte
prevê a existência de linhas locais,
restritas aos bairros, com tarifa reduzida e operada por microônibus, e estruturais, ligando os bairros ao centro, com tarifa próxima
da atual -R$ 1,70.
Hoje, 25% dos passageiros utilizam mais de uma condução. No
novo modelo, esse índice deve subir para 48%. Um cartão magnético permitirá integrações gratuitas
ou com valor reduzido para que
as baldeações não elevem os custos das viagens.
A intenção da prefeitura é que o
sistema seja implantado até julho
-mas Tatto já reconhece que as
medidas judiciais poderão atrasar
o cronograma da licitação.
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