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Rosinha admite discutir atuação de militares
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
Pela primeira vez, a governadora do Rio, Rosinha Matheus
(PSB), admitiu a possibilidade de
utilizar as Forças Armadas para
ocupar as áreas críticas da cidade
e combater a violência provocada
por traficantes de drogas.
Questionada ontem sobre a
proposta do secretário estadual
de Segurança Pública, coronel Josias Quintal, de colocar o Exército
nas ruas, ela respondeu que "está
aberta a conversas".
"Eu conversei ontem com o ministro da Justiça [Márcio Thomaz
Bastos" e depois com o superintendente da Polícia Federal no Rio
[Marcelo Itagiba" e eles se colocaram à disposição. Nós queremos
conversar e saber o que eles têm
para oferecer."
Ontem, Quintal disse que, com
a ocupação das áreas mais críticas
da cidade, o trabalho da Polícia
Militar ficaria facilitado.
"A polícia não pode ser onipresente. A região metropolitana do
Rio tem mais de 650 favelas", justificou Quintal. "É uma questão
de matemática. A polícia não tem
efetivo para estar presente em todos os lugares."
O ministro da Defesa, José Viegas Filho, é contrário a uma intervenção das Forças Armadas. ""Se
há carência de efetivo de policiais,
a resposta é reforçar o efetivo, e
não substituí-lo por efetivos militares, que não são destinados à
função policial", disse.
O policiamento no entorno dos
palácios Laranjeiras (residência
oficial da governadora) e Guanabara (sede do governo) foi reforçado na noite de anteontem. Rosinha disse que quer evitar a repetição dos ataques que aconteceram
meses atrás.
Responsabilidade
Apesar de afirmar que sua segurança pessoal não foi reforçada,
todo o efetivo do 9º Batalhão foi
deslocado para os morros da Pedreira e da Lagartixa, em Fazenda
Botafogo (zona norte), pouco antes de a governadora visitar obras
no bairro na manhã de ontem. Na
segunda-feira, um ônibus foi incendiado no bairro.
Rosinha também disse que telefonou ontem para o ministro da
Justiça para tratar da questão da
transferência do traficante Luiz
Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
"O ministro falou da importância de transferirmos Beira-Mar do
Rio para um presídio federal",
contou a governadora. "É um dos
problemas sobre o qual nós queremos entrar num entendimento
com o governo federal. Temos de
acertar o que faremos com Beira-Mar, porque nós sempre falamos
que ele é um preso de responsabilidade federal."
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