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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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Rosinha admite discutir atuação de militares

SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO

Pela primeira vez, a governadora do Rio, Rosinha Matheus (PSB), admitiu a possibilidade de utilizar as Forças Armadas para ocupar as áreas críticas da cidade e combater a violência provocada por traficantes de drogas.
Questionada ontem sobre a proposta do secretário estadual de Segurança Pública, coronel Josias Quintal, de colocar o Exército nas ruas, ela respondeu que "está aberta a conversas".
"Eu conversei ontem com o ministro da Justiça [Márcio Thomaz Bastos" e depois com o superintendente da Polícia Federal no Rio [Marcelo Itagiba" e eles se colocaram à disposição. Nós queremos conversar e saber o que eles têm para oferecer."
Ontem, Quintal disse que, com a ocupação das áreas mais críticas da cidade, o trabalho da Polícia Militar ficaria facilitado.
"A polícia não pode ser onipresente. A região metropolitana do Rio tem mais de 650 favelas", justificou Quintal. "É uma questão de matemática. A polícia não tem efetivo para estar presente em todos os lugares."
O ministro da Defesa, José Viegas Filho, é contrário a uma intervenção das Forças Armadas. ""Se há carência de efetivo de policiais, a resposta é reforçar o efetivo, e não substituí-lo por efetivos militares, que não são destinados à função policial", disse.
O policiamento no entorno dos palácios Laranjeiras (residência oficial da governadora) e Guanabara (sede do governo) foi reforçado na noite de anteontem. Rosinha disse que quer evitar a repetição dos ataques que aconteceram meses atrás.

Responsabilidade
Apesar de afirmar que sua segurança pessoal não foi reforçada, todo o efetivo do 9º Batalhão foi deslocado para os morros da Pedreira e da Lagartixa, em Fazenda Botafogo (zona norte), pouco antes de a governadora visitar obras no bairro na manhã de ontem. Na segunda-feira, um ônibus foi incendiado no bairro.
Rosinha também disse que telefonou ontem para o ministro da Justiça para tratar da questão da transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
"O ministro falou da importância de transferirmos Beira-Mar do Rio para um presídio federal", contou a governadora. "É um dos problemas sobre o qual nós queremos entrar num entendimento com o governo federal. Temos de acertar o que faremos com Beira-Mar, porque nós sempre falamos que ele é um preso de responsabilidade federal."


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