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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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CRIME NOS EUA

Corpo de mulher foi encontrado em lata de lixo com sinais de tortura e violência sexual; dedos foram cortados

Assassino de brasileira é condenado à morte

DA REDAÇÃO

O americano Calvin Lamont Parker, 33, foi condenado anteontem à morte pelo assassinato da paulista Patrícia Ramos Gallego, 29, cujo corpo mutilado foi descoberto em uma lata de lixo na cidade de Carlsbad (Califórnia, EUA), em agosto de 2000.
O juiz Michael Wellington, da Suprema Corte de San Diego, negou o pedido da defesa de prisão perpétua sem direito à liberdade condicional e manteve a decisão do júri de condenar Parker à pena de morte por injeção letal.
Para o juiz, assim como para a Promotoria, Parker "era obcecado pela vítima". De acordo com Wellington, o crime foi motivado por uma "combinação fatal de amor, luxúria e fúria".
Parker, que foi condenado em julho por assassinato em primeiro grau sob circunstâncias especiais, acusou seus advogados e os promotores de conspiração. A condenação por assassinato sob circunstâncias especiais no Estado da Califórnia permite ao juiz sentenciar o réu à pena de morte. Nesse tipo de sentença, os recursos são automáticos e devem ocorrer no caso de Parker.
A Promotoria afirmou ainda que Parker planejou cuidadosamente o assassinato de Gallego e que ele tentou sacar dinheiro da conta bancária dela após o crime.
Os advogados do americano argumentaram que a vida de Parker deveria ser poupada devido à sua infância traumática. Segundo a defesa, Parker teria sofrido abusos psicológicos e sexuais. "Acho que nunca saberemos o que levou Parker a fazer o que fez", disse o advogado Richard Gates.
Gallego e Parker se conheceram em 1998, por meio de amigos, e foram morar juntos em maio de 2000. Eles dividiam um apartamento próximo à Universidade de San Diego. A brasileira, que emigrou para os EUA em 1997, trabalhava como garçonete no Café Chloe, um restaurante de La Jolla, subúrbio da cidade.
O corpo de Gallego foi encontrado por duas mulheres, enrolado em plástico, dentro de uma lata de lixo, em Carlsbad, a 48 km de San Diego. Havia sinais de tortura e violência sexual. No mesmo dia, moradores de rua acharam os dedos da brasileira, em San Diego.
De acordo com a Promotoria, o americano algemou, vendou e estuprou Gallego. Depois, a golpeou na cabeça, cortou sua garganta, drenou seu sangue na banheira e arrancou os dedos dela.
Parker foi preso após terem sido encontradas evidências que o ligavam ao crime. No dia seguinte à morte, ele chegou a alugar uma camionete para, segundo os investigadores, transportar e se desfazer do corpo. Também ligou para o trabalho de Gallego dizendo que ela havia sofrido um acidente e voltado para o Brasil.


Com as agências internacionais e o "The San Diego Union-Tribune"


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