São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

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Em um mês e meio, SP teve 27 mortos em chacinas

Capital e Grande SP registraram sete crimes com três ou mais mortos; somente um foi solucionado. Ontem, ocorreu em Mauá (ABC)

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O assassinato de cinco pessoas no início da manhã de ontem, em uma favela de Mauá (ABC), chamou a atenção das autoridades da Segurança Pública para um dos crimes que mais assustam os moradores das regiões carentes da capital e da Grande São Paulo: a chacina -caracterizada pelo assassinato de três ou mais pessoas em um mesmo ataque.
Até a noite de ontem, ao menos 27 pessoas haviam morrido em chacinas na capital e na região metropolitana neste ano.
Enquanto em janeiro de 2006 a capital não registrou nenhuma chacina, em 2007, somente entre os dias 14 de janeiro e ontem, já são quatro os crimes de homicídios múltiplos, com 16 mortos e 2 feridos.
O único caso solucionado neste ano pela Delegacia de Homicídios Múltiplos, do DHPP (departamento de homicídios), que cuida dos casos da capital, foi o que envolveu o assassinato de três pessoas (mãe, filha e seu namorado), no Jardim Brasil (zona norte). O principal acusado é o cabo da PM José Aparecido Ferreira.
A chacina, segundo o que investigou o DHPP, foi motivada por uma briga entre os familiares do PM e as vítimas, que moravam todos na mesma rua.
Assim como esse caso envolvendo os vizinhos, outros dois também ocorreram na zona norte de São Paulo neste ano, totalizando 12 vítimas. No Jardim Elisa Maria, seis jovens foram mortos com tiros no peito e na cabeça no dia 1º deste mês; na noite anterior (31 de janeiro), no bairro do Limão, outros três jovens foram assassinados.
A única chacina fora da zona norte em 2007 foi sábado, quando dois casais foram assassinados no Itaim Paulista (zona leste). Uma das vítimas, Aline Priscila de Oliveira, 15, estava grávida de quatro meses e foi morta com o namorado, Fábio Patrick da Costa, 18.
Entre fevereiro e dezembro de 2006, a capital registrou 21 chacinas, com 76 mortos e sete feridos. Das 32 pessoas suspeitas de cometer esses crimes, apenas 13 foram presas.
As outras 11 vítimas de chacinas em São Paulo neste ano foram assassinadas em cidades da Grande São Paulo: três em Santa Isabel, três em Ribeirão Pires e as cinco ontem na favela de Mauá (ABC).
A chacina de Santa Isabel é uma das mais intrigantes: um dos mortos, Anselmo Oliveira Magalhães, 32, o Cebola, chegou a ser preso sob suspeita de ligação com o furto ao Banco Central de Fortaleza (CE), em agosto de 2005, o maior da história no país.
Assim como aconteceu no sábado no Itaim Paulista, uma das vítimas da chacina de ontem na favela Cidade Kennedy, em Mauá, Audrey Cristiane Carreira Neto, 20, também estava grávida (três meses) e foi morta com o namorado, Roberto Carlos Barbosa da Silva, 24.
Nos locais onde os corpos do casal e das outras três vítimas estavam, a polícia encontrou cocaína e munições.


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