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Em um mês e meio, SP teve 27 mortos em chacinas
Capital e Grande SP registraram sete crimes com três ou mais mortos; somente um foi solucionado. Ontem, ocorreu em Mauá (ABC)
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O assassinato de cinco pessoas no início da manhã de ontem, em uma favela de Mauá
(ABC), chamou a atenção das
autoridades da Segurança Pública para um dos crimes que
mais assustam os moradores
das regiões carentes da capital
e da Grande São Paulo: a chacina -caracterizada pelo assassinato de três ou mais pessoas em
um mesmo ataque.
Até a noite de ontem, ao menos 27 pessoas haviam morrido
em chacinas na capital e na região metropolitana neste ano.
Enquanto em janeiro de
2006 a capital não registrou nenhuma chacina, em 2007, somente entre os dias 14 de janeiro e ontem, já são quatro os crimes de homicídios múltiplos,
com 16 mortos e 2 feridos.
O único caso solucionado
neste ano pela Delegacia de
Homicídios Múltiplos, do
DHPP (departamento de homicídios), que cuida dos casos
da capital, foi o que envolveu o
assassinato de três pessoas
(mãe, filha e seu namorado), no
Jardim Brasil (zona norte). O
principal acusado é o cabo da
PM José Aparecido Ferreira.
A chacina, segundo o que investigou o DHPP, foi motivada
por uma briga entre os familiares do PM e as vítimas, que moravam todos na mesma rua.
Assim como esse caso envolvendo os vizinhos, outros dois
também ocorreram na zona
norte de São Paulo neste ano,
totalizando 12 vítimas. No Jardim Elisa Maria, seis jovens foram mortos com tiros no peito
e na cabeça no dia 1º deste mês;
na noite anterior (31 de janeiro), no bairro do Limão, outros
três jovens foram assassinados.
A única chacina fora da zona
norte em 2007 foi sábado,
quando dois casais foram assassinados no Itaim Paulista
(zona leste). Uma das vítimas,
Aline Priscila de Oliveira, 15,
estava grávida de quatro meses
e foi morta com o namorado,
Fábio Patrick da Costa, 18.
Entre fevereiro e dezembro
de 2006, a capital registrou 21
chacinas, com 76 mortos e sete
feridos. Das 32 pessoas suspeitas de cometer esses crimes,
apenas 13 foram presas.
As outras 11 vítimas de chacinas em São Paulo neste ano foram assassinadas em cidades
da Grande São Paulo: três em
Santa Isabel, três em Ribeirão
Pires e as cinco ontem na favela
de Mauá (ABC).
A chacina de Santa Isabel é
uma das mais intrigantes: um
dos mortos, Anselmo Oliveira
Magalhães, 32, o Cebola, chegou a ser preso sob suspeita de
ligação com o furto ao Banco
Central de Fortaleza (CE), em
agosto de 2005, o maior da história no país.
Assim como aconteceu no sábado no Itaim Paulista, uma
das vítimas da chacina de ontem na favela Cidade Kennedy,
em Mauá, Audrey Cristiane
Carreira Neto, 20, também estava grávida (três meses) e foi
morta com o namorado, Roberto Carlos Barbosa da Silva, 24.
Nos locais onde os corpos do
casal e das outras três vítimas
estavam, a polícia encontrou
cocaína e munições.
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