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Disputa entre tráfico e milícia causa mortes e limitação de serviços em favela carioca
MÁRCIA BRASIL
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A disputa entre integrantes
de milícia -paramilitares que
cobram por suposta segurança- e traficantes pelo controle
da área de atuação na favela da
Vila Palmeirinha, em Guadalupe, zona norte do Rio, causa,
além de mortes brutais, restrição de serviços básicos aos habitantes do local.
Moradores informaram que
os milicianos queriam cobrar
de R$ 10 a R$ 50, por mês, para
garantir sua segurança e de comerciantes locais.
"Os "inadimplentes" ficavam
sem receber correspondência,
sem poder receber visitas e até
mesmo sem receber socorro
médico", disse o delegado Ricardo Teixeira, da 40ª DP.
De acordo com o delegado da
Draco (Delegacia de Repressão
às Ações de Crime Organizado), Cláudio Ferraz, 14 pessoas
foram identificadas na milícia
que controlava a favela. No entanto, outros grupos auxiliam
no caso de invasões e contenção aos ataques de traficantes.
"Às vezes um grupo atua em
outro grupo quando há invasão.
Detectamos ainda locação de
armas. A coisa é muito promíscua", definiu Ferraz. "O modo
de operação deles diferencia
muito pouco dos traficantes."
Ferraz diferenciou dois "tipos" de milícia: as que são formadas por policiais que moram
na própria comunidade e aquelas de não-moradores.
Mortes
A Polícia Civil identificou como Marcelo Gregório Siqueira
da Silva, 37, um dos dois corpos
encontrados carbonizados
dentro de um Peugeot prata,
domingo, na avenida Brasil,
próximo à Vila Palmeirinha.
Segundo o delegado Ricardo
Teixeira, que investiga o crime,
Marcelo é irmão de Marco Gregório Siqueira da Silva, um dos
policiais militares presos sexta-feira em operação da Draco
acusado de chefiar uma milícia.
O outro corpo encontrado
dentro do Peugeot seria da vendedora Josefa Nascimento da
Silva, 27, moradora do local e
namorada de Marcelo.
O casal teria sido seqüestrado na madrugada de domingo
durante invasão de um grupo
de 30 traficantes na localidade.
A investida dos traficantes na
Vila Palmeirinha aconteceu
dois dias depois de uma operação da Draco no local, que resultou na prisão de quatro chefes da milícia que comandavam
a região.
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