São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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Nota fiscal contradiz versão de Hanna Garib

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local

A existência de uma nota fiscal da empresa China Magazine, datada em 2 de fevereiro de 99, contradiz a versão do vereador e deputado estadual eleito Hanna Garib (PPB), que afirmou que a empresa havia fechado em dezembro por falta de recursos financeiros.
A Folha apurou que a nota fiscal foi apreendida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público na própria sede da associação, junto a outros documentos que ligam o deputado ao presidente da entidade, Whebe Dawalibi, o Jô.
Jô é acusado de coordenar um esquema de extorsão contra comerciantes na região do Brás (centro de SP). Ele está com a prisão temporária decretada, mas está foragido. De acordo com a Junta Comercial de São Paulo, a empresa é uma sociedade de Jô com a mulher do vereador Hanna Garib, Valéria Badri Hadi Garib, desde 29 de outubro de 96.
Na agenda apreendida na associação, existem registros de várias ligações de Garib a Jô.
No dia 5 de fevereiro, por exemplo, quando camelôs do Brás denunciaram a cobrança de propina de lojistas em troca da repressão aos camelôs e, ainda, o repasse da propina de Jô para Garib, a secretária da associação registrou quatro ligações do vereador.
Entre o material apreendido, há uma série de relatórios mensais de trabalho, em que se inclui a retirada de ambulantes em determinadas ruas ou quarteirões.
Um camelô que trabalha desde 1977 na região do Brás disse que as ruas são "divididas imaginariamente".
Segundo C.P., 41, as ruas Xavantes, Sílvio Telles, Brigadeiro Machado e Maria Marcolina, todas na região do Brás, possuem áreas livres, em que é permitida a presença do camelôs, e áreas "proibidas".
"Os motivos são do outro mundo, mas ninguém se envolve com isso. Todos os camelôs aqui conhecem os pontos proibidos", disse.

Outro lado
O advogado do deputado Hanna Garib, Alberto Rollo, acredita que os indícios apresentados não constituem provas que incriminem seu o cliente.
"Não sei que nota fiscal é essa, mas tudo não passa de fofoca. Não vejo nenhuma problema se a empresa fechou em dezembro e ainda tem algum produto para vender".


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