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Nota fiscal contradiz versão de Hanna Garib
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
A existência de uma nota fiscal
da empresa China Magazine, datada em 2 de fevereiro de 99, contradiz a versão do vereador e deputado estadual eleito Hanna Garib
(PPB), que afirmou que a empresa
havia fechado em dezembro por
falta de recursos financeiros.
A Folha apurou que a nota fiscal
foi apreendida pela Polícia Civil e
pelo Ministério Público na própria
sede da associação, junto a outros
documentos que ligam o deputado
ao presidente da entidade, Whebe
Dawalibi, o Jô.
Jô é acusado de coordenar um esquema de extorsão contra comerciantes na região do Brás (centro
de SP). Ele está com a prisão temporária decretada, mas está foragido. De acordo com a Junta Comercial de São Paulo, a empresa é uma
sociedade de Jô com a mulher do
vereador Hanna Garib, Valéria Badri Hadi Garib, desde 29 de outubro de 96.
Na agenda apreendida na associação, existem registros de várias
ligações de Garib a Jô.
No dia 5 de fevereiro, por exemplo, quando camelôs do Brás denunciaram a cobrança de propina
de lojistas em troca da repressão
aos camelôs e, ainda, o repasse da
propina de Jô para Garib, a secretária da associação registrou quatro
ligações do vereador.
Entre o material apreendido, há
uma série de relatórios mensais de
trabalho, em que se inclui a retirada de ambulantes em determinadas ruas ou quarteirões.
Um camelô que trabalha desde
1977 na região do Brás disse que as
ruas são "divididas imaginariamente".
Segundo C.P., 41, as ruas Xavantes, Sílvio Telles, Brigadeiro Machado e Maria Marcolina, todas na
região do Brás, possuem áreas livres, em que é permitida a presença do camelôs, e áreas "proibidas".
"Os motivos são do outro mundo, mas ninguém se envolve com
isso. Todos os camelôs aqui conhecem os pontos proibidos", disse.
Outro lado
O advogado do deputado Hanna
Garib, Alberto Rollo, acredita que
os indícios apresentados não constituem provas que incriminem seu
o cliente.
"Não sei que nota fiscal é essa,
mas tudo não passa de fofoca. Não
vejo nenhuma problema se a empresa fechou em dezembro e ainda
tem algum produto para vender".
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