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SAÚDE
ONU lança em Brasília campanha mundial de prevenção à doença, dirigida ao público com menos de 25 anos
Governo quer manter programa anti-Aids
da Sucursal de Brasília
O governo federal anunciou ontem que vai manter, apesar das dificuldades econômicas, o programa de distribuição gratuita de medicamentos anti-Aids e cobrou a
cooperação da comunidade internacional para baixar os custos dos
remédios.
"Custe o que custar, nós continuaremos a fazer o programa. O
governo tem a sensibilidade e o
compromisso fortes para saber da
importância de certos programas e
para evitar que os ajustes necessários tenham como consequência a
diminuição da possibilidade de
atendimento", afirmou FHC.
Ontem, no Palácio do Planalto,
com a presença do presidente, a
ONU (Organização das Nações
Unidas) lançou a campanha mundial de luta contra Aids deste ano,
chamada "Escute, aprenda, viva!"
e dirigida aos jovens.
Na ocasião, o ministro José Serra
(Saúde) se disse preocupado com
os custos dos medicamentos e afirmou que a ONU deve enfrentar esse problema.
Segundo o ministro, faltam estudos e cooperação internacional sobre o tema. Serra afirmou que o
Bird (Banco Mundial) e o BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento) não têm dado importância à redução dos preços de insumos para a saúde.
"Não por coincidência ambos
têm em seus seios interesses econômicos de países que produzem
os medicamentos", disse.
Peter Piot, diretor-executivo do
Unaids (Programa das Nações
Unidas para Aids), afirmou que está negociando com as indústrias
farmacêuticas a redução dos preços de medicamentos.
Segundo ele, o Brasil foi escolhido para o lançamento da campanha mundial porque "é um dos
países que faz um dos melhores
trabalhos (na prevenção e tratamento da Aids)".
Dados da Unaids mostram que
mais da metade das pessoas infectadas contraíram o vírus HIV com
menos de 25 anos. Na América Latina e no Caribe, 1,3 milhão de
adultos e crianças viviam com HIV
no fim do ano passado.
De acordo com o órgão, há estimados 8,2 milhões de crianças no
mundo que ficaram órfãs em 97
devido à Aids. No ano passado, 590
mil menores de 15 anos foram infectados pelo HIV, segundo a
Unaids, e 2,5 milhões de jovens entre 15 e 24 anos contraíram o vírus.
O ministro Serra afirmou que o
Brasil gastará US$ 300 milhões em
quatro anos com prevenção à Aids.
"A estratégia é concentrar o foco
na juventude. Basicamente, em
educação sexual."
Ontem, também foram lançados
os filmes publicitários institucionais dirigidos aos jovens.
O ministro da Saúde afirmou que
no ano passado o Brasil gastou R$
400 milhões com medicamentos
anti-Aids. Neste ano, a previsão é
de R$ 600 milhões.
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