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SAÚDE
Testes ajudam idosos a saber quando parar
ALCINO BARBOSA JR.
especial para a Folha
Quando interromper as atividades físicas mais complexas que
trazem risco de acidente (dirigir,
manusear ferramentas, operar
máquinas ou fazer pequenos consertos)?
A idade cronológica não é um
bom critério para decidir o momento de parar. "Apenas pela
idade, a pessoa não é obrigada a
deixar de fazer nada na sua vida",
afirma Alberto Stoppe Jr., coordenador do Proter (Projeto Terceira
Idade) do Instituto de Psiquiatria
da USP.
Essa decisão deve ser baseada
em testes individuais de certas
funções, essenciais para o desempenho de atividades mais complicadas (veja quadro ao lado).
"Reduzir progressivamente a
carga de trabalho e de atividade física, mantendo sempre uma
quantidade, ainda que pequena, é
melhor do que se retirar bruscamente", diz Stoppe.
Segundo João Toniolo Neto,
professor de geriatria da Unifesp
(Universidade Federal de São
Paulo), "não é o nome ou o número de doenças que determinam se
um indivíduo pode exercer certa
atividade, mas sim a sua adaptação ao envelhecimento e aos seus
problemas de saúde."
Toniolo exemplifica: "Uma pessoa hipertensa tem uma doença,
mas pode ser funcionalmente independente, se estiver adequadamente medicada."
A avaliação do idoso deve ser
feita por vários médicos. Os geriatras fazem uma primeira análise e
indicam outros especialistas,
quando necessário.
A fisioterapeuta Monica Perracini, responsável pelo Serviço de
Reabilitação Gerontológica da
Unifesp, afirma que "para manter
uma boa performance em qualquer atividade complexa é preciso
compensação (como óculos ou
aparelho auditivo) e treino; o melhor é reconhecer suas limitações
e adaptar-se a elas".
O médico do tráfego Marcos
Antonio Pirito, vice-presidente da
Abramet (Associação Brasileira
de Acidentes e Medicina de Tráfego), dá alguns exemplos. "Maximize a visão, com óculos para
perto e longe, e a audição, se necessário, com aparelhos."
Segundo ele, a prática é a chave
para evitar acidentes. "O hábito
melhora as respostas motoras."
Mesmo os idosos com limitações físicas podem melhorar seu
desempenho com "programas específicos de treinamento e atividade física", afirma Monica.
"O uso de várias medicações é
um fator de risco para acidentes",
diz João Toniolo Neto. Certos remédios, especialmente os psicotrópicos, podem provocar efeitos
colaterais, como sonolência e demora para reagir.
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