São Paulo, domingo, 26 de março de 2000


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Restringir atividade reduz auto-estima

especial para a Folha

Por excesso de cuidado, a família às vezes proíbe o idoso de praticar atividades físicas que suas condições de saúde não o impedem de exercer.
Segundo Alberto Stoppe Jr., do Instituto de Psiquiatria da USP, é preciso que os parentes tenham "cuidado para não reprimir demais o idoso porque isso pode afetar sua auto-estima".
"O preconceito muitas vezes faz com que as pessoas não deixem que um velhinho de 80 anos dirija ou que uma avó de 90 anos corte a carne para o churrasco", afirma Stoppe.
Ele recomenda consultar um geriatra sempre que surgirem dúvidas sobre o desempenho intelectual ou motor do idoso.
Para Stoppe, "o importante não é prolongar o tempo de atividade do idoso, mas a sua qualidade de vida". Diversificar os interesses antes de atingir a terceira idade é sua sugestão.
"O idoso pode ter dificuldade em criar novos hobbies ou passatempos. É mais fácil estimular algum interesse que já existia e era secundário nas fases anteriores da vida."
O professor de geriatria da Unifesp João Toniolo Neto afirma que a depressão é um problema importante que impede o idoso de desenvolver atividades físicas e sociais.
Alguns acontecimentos como morte do cônjuge, aposentadoria ou limitação para exercer atividades motoras são fatores "precipitantes e mantenedores da depressão", segundo Toniolo.
"Infelizmente, em nosso meio ainda se faz pouco o diagnóstico de depressão no idoso", afirma.
Além da falha no diagnóstico, outro problema associado à depressão é o uso indevido de remédios calmantes.
"Esses remédios tratam apenas os sintomas da depressão (insônia, irritabilidade, entre outros), mas não atacam a causa do problema, que é um desequilíbrio no cérebro", afirma Toniolo.
Os antidepressivos são os medicamentos que combatem a doença. "Os calmantes podem ser usados até os antidepressivos começarem a fazer efeito", segundo Toniolo.
O apoio familiar e o suporte de um psiquiatra ou psicólogo ajudam a tratar a depressão.


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