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Restringir atividade reduz auto-estima
especial para a Folha
Por excesso de cuidado, a família às vezes proíbe o idoso de praticar atividades físicas que suas
condições de saúde não o impedem de exercer.
Segundo Alberto Stoppe Jr., do
Instituto de Psiquiatria da USP, é
preciso que os parentes tenham
"cuidado para não reprimir demais o idoso porque isso pode
afetar sua auto-estima".
"O preconceito muitas vezes faz
com que as pessoas não deixem
que um velhinho de 80 anos dirija
ou que uma avó de 90 anos corte a
carne para o churrasco", afirma
Stoppe.
Ele recomenda consultar um
geriatra sempre que surgirem dúvidas sobre o desempenho intelectual ou motor do idoso.
Para Stoppe, "o importante não
é prolongar o tempo de atividade
do idoso, mas a sua qualidade de
vida". Diversificar os interesses
antes de atingir a terceira idade é
sua sugestão.
"O idoso pode ter dificuldade
em criar novos hobbies ou passatempos. É mais fácil estimular algum interesse que já existia e era
secundário nas fases anteriores da
vida."
O professor de geriatria da Unifesp João Toniolo Neto afirma
que a depressão é um problema
importante que impede o idoso
de desenvolver atividades físicas e
sociais.
Alguns acontecimentos como
morte do cônjuge, aposentadoria
ou limitação para exercer atividades motoras são fatores "precipitantes e mantenedores da depressão", segundo Toniolo.
"Infelizmente, em nosso meio
ainda se faz pouco o diagnóstico
de depressão no idoso", afirma.
Além da falha no diagnóstico,
outro problema associado à depressão é o uso indevido de remédios calmantes.
"Esses remédios tratam apenas
os sintomas da depressão (insônia, irritabilidade, entre outros),
mas não atacam a causa do problema, que é um desequilíbrio no
cérebro", afirma Toniolo.
Os antidepressivos são os medicamentos que combatem a doença. "Os calmantes podem ser usados até os antidepressivos começarem a fazer efeito", segundo Toniolo.
O apoio familiar e o suporte de
um psiquiatra ou psicólogo ajudam a tratar a depressão.
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