São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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Para especialistas, epidemia é a mais grave da história

DA SUCURSAL DO RIO

A atual epidemia de dengue no Rio não é a maior, mas é a mais grave, porque marca a volta de um tipo de vírus ausente desde os anos 90 -para o qual as crianças que nasceram desde então não estão imunizadas. Especialistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) disseram ontem que haverá, no Rio ou em outra grande cidade brasileira, uma nova epidemia causada por esse vírus, do tipo 2.
A falta de imunidade, o fato de nas crianças a doença ser mais aguda e o atendimento malfeito são algumas das causas da letalidade alta da epidemia de dengue que atinge o Rio agora, listaram os especialistas.
De 1º de janeiro até ontem, 31 pessoas morreram de dengue no município -19 tinham menos de 14 anos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
"A dengue do tipo 2 estava desaparecida havia mais de dez anos. Os adultos adquiriram anticorpos quando o vírus estava presente. Já as crianças não estão imunes", afirmou o clínico Antônio Sérgio da Fonseca, assessor da vice-presidência de Serviços de Referência e Ambiente da Fiocruz.
Para o epidemiologista Paulo Sabroza, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, mais crianças deverão morrer caso não sejam atendidas com rapidez e de maneira correta.
"Não será com soro caseiro que irá se tratar criança. A dengue exige tratamento especializado e oportuno", disse ele.
(SERGIO TORRES)


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