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Rio cortou verbas para combate à dengue
Estado reduziu em 48,6% previsão orçamentária para este ano; de 2003 a 2006, prefeitura também diminuiu gastos na área
A gestão de Cesar Maia não informou o orçamento de 2007 e 2008; já o governo de Sérgio Cabral aplicou apenas R$ 704 mil neste ano
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O governo Sérgio Cabral
(PMDB) reduziu em 48,6% (R$
19,2 milhões) a previsão de gastos em prevenção e combate à
dengue para este ano no Rio.
Passou de R$ 39,5 milhões (valores atualizados) em 2007 para R$ 20,3 milhões em 2008.
A prefeitura de Cesar Maia
(DEM) não planejou nenhuma
ação direta ou programa de trabalho específico contra a dengue no Orçamento de 2007,
embora tenha previsto R$ 37
milhões para "ações indiretas".
Dos R$ 20,3 milhões orçados
para 2008, o Estado aplicou só
R$ 704 mil na área até 24 de
março -na fase crítica da epidemia, que já matou 49 pessoas. Isso equivale a 3,5% do
previsto. Mantido esse ritmo,
até o fim do ano 14% da verba
terá sido aplicada.
Tanto o Estado quanto o município do Rio reduziram os valores aplicados no controle da
dengue nos últimos anos.
No Estado, desde 2004, foram cortadas as verbas de "vigilância epidemiológica (de
doenças)" e "vigilância em saúde", de R$ 45,6 milhões (valores corrigidos pelo IGP-M) para R$ 39,5 milhões (2007).
O montante liquidado pela
prefeitura caiu de R$ 48,2 milhões (2003) para R$ 23,9 milhões (2006), em valores atualizados. A prefeitura não revelou
os gastos de 2007 e os de 2008.
O vereador Carlos Eduardo
(PSB) entrou com representação ontem no Ministério Público contra o prefeito Cesar Maia
por "desvio de finalidade".
Maia, disse ele, aplicou em outros programas uma verba do
Ministério da Saúde destinada
ao setor de vetores (transmissores de doenças, como o mosquito da dengue, por exemplo).
O vereador diz que Maia desviou mais da metade da verba
de R$ 12 milhões destinada em
2006 ao combate à dengue
-para ações de repressão à
doença- na locação de ambulâncias e na limpeza de hospitais. O prefeito não comentou.
Bate-boca
Maia, aliás, rebateu a crítica
do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que responsabilizou a prefeitura pelos casos
de dengue. Em seu boletim eletrônico (chamado de "ex-blog"), disse que o ministro é
"falastrão e mentiroso". Maia
disse ter demitido Temporão
em 2001 por "preguiça e incompetência". O atual ministro
era subsecretário municipal de
Saúde. Em 2002 houve uma
epidemia de dengue no Rio.
Temporão não quis responder.
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