São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 2006

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URBANISMO

Proposta na reforma da avenida é que vias residenciais sejam fechadas para motorista não cortar caminho pelos bairros

Nova Bandeirantes prevê bolsão residencial

FABIO SCHIVARTCHE
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto de transformação da avenida dos Bandeirantes em um corredor expresso para caminhões prevê a implantação de pelo menos 18 bolsões residenciais nos bairros do entorno, na zona sul da capital paulista. Eles seriam formados com o fechamento ao tráfego de pequenas ruas e alamedas que dão acesso à avenida.
Outras 18 ruas também seriam afetadas, transformando-se em bolsões fechados ou recebendo "lombofaixas", lombadas que obrigam os motoristas a reduzir drasticamente a velocidade.
Essas medidas visam preservar a característica residencial de bairros como Brooklin, Planalto Paulista e Campo Belo ao longo dos 7,5 quilômetros da avenida.
Orçado em R$ 200 milhões, sem contar gastos com desapropriações, o projeto da nova Bandeirantes está sendo analisado pela SVMA (Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente) -o órgão que fará as exigências ambientais e urbanísticas.
A obra, que em tese pode começar ainda neste ano, terá três fases. A primeira, com duração estimada em 12 meses, prevê a implantação do corredor exclusivo de caminhões em duas faixas de rolamento junto ao canteiro central, nos dois sentidos da avenida.
Está prevista ainda a construção de duas faixas (uma em cada lado da Bandeirantes) e a remoção de semáforos em cruzamentos. Hoje, a avenida tem quatro faixas de cada lado. Passaria a ter cinco.
Com essas medidas, a prefeitura e o governo estadual esperam aumentar a velocidade média dos veículos em até 75%, facilitando o transporte de carga que utiliza a marginal Pinheiros e a avenida dos Bandeirantes para chegar até o complexo rodoviário Imigrantes/Anchieta -que dá acesso ao porto de Santos, no litoral sul.
É na segunda fase do projeto, com duração de 21 meses, que os bolsões residenciais seriam implantados, além das passagens em nível, passarelas e viadutos -com a remoção de mais semáforos. A terceira etapa inclui a recuperação paisagística.
"O potencial de áreas a serem criadas em bolsões ou lombofaixas é de no mínimo 12 mil m2" , diz a proposta em análise, elaborada pela empresa Vetec.
Pelo projeto da nova Bandeirantes, os moradores de cada área afetada receberão as propostas de fechamento das ruas a tempo de discutir sua implantação com os órgãos de governo. São necessárias as assinaturas de no mínimo 70% dos moradores para obter o fechamento da rua, segundo a legislação em vigor na cidade.
Procurada pela Folha para comentar o projeto, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente limitou-se a dizer que o estudo de viabilidade ambiental está disponível para consulta até o dia 29 de maio. As secretarias municipal e estadual dos Transportes tampouco se manifestaram.


Colaborou AFRA BALAZINA, da Reportagem Local

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