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Ministério errou resultados da Prova Brasil em 2006
Dados divulgados prejudicaram São Paulo e Porto Alegre em ranking educacional
São Paulo estava em 20º entre as capitais em matemática e 21º em português (4ª série); com atualização, subiu para 12º
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Educação divulgou em 2006 -ano eleitoral
-dados errados sobre o resultado da Prova Brasil, exame nacional que avalia o desempenho dos estudantes de escolas
públicas de todo o país.
A rede municipal de São Paulo, por exemplo, figurava entre
as piores capitais do país. Com
a revisão dos dados, o sistema
paulistano subiu para o bloco
intermediário de desempenho.
As informações sobre Porto
Alegre, Belo Horizonte, Porto
Velho e Boa Vista também estavam incorretos. O governo federal estima que os erros atingiram até 5% dos dados.
O Inep, instituto de pesquisas do Ministério da Educação,
admitiu ontem à Folha que algumas informações divulgadas
estavam incorretas.
São Paulo, por exemplo, era
20ª no ranking de capitais em
matemática (167 pontos) e 21º
em português (160 pontos) na
4ª série. Com o ranking atualizado, a capital paulista subiu
para 12º em ambas as listas.
As médias na 8ª série também foram revistas para cima,
mas houve mudança apenas no
ranking de português (da 12ª
para a 10ª posição).
A Prova Brasil é um exame
nacional, aplicado a todas as
escolas públicas do país, que
avalia língua portuguesa e matemática da 4ª e 8ª séries.
O exame é utilizado para verificar a situação do aprendizado e para traçar políticas públicas na área. A Prefeitura de São
Paulo, por exemplo, fez um estudo específico usando as notas de cada escola.
As notas atualizadas podem
ser vistas nas tabelas que originam o Ideb, indicador que será
lançado oficialmente hoje no
site do Inep. Procurado pela
Folha, o instituto não se pronunciou. Confirmou apenas
que houve a revisão.
A reportagem, porém, teve
acesso a uma nota explicativa
que o instituto tem enviado para Estados e municípios, comentando a revisão.
Um trecho afirma que "os
problemas corrigidos tiveram
como causa a dificuldade da leitura dos códigos de algumas escolas e municípios e também
problemas no processamento
técnico das respostas dos alunos, como também no escaneamento e interpretação eletrônica dos dados".
O texto afirma ainda que
mais de 95% das informações
divulgadas em junho não sofreram alteração com a revisão.
A Secretaria Municipal da
Educação de São Paulo não se
pronunciou sobre a revisão até
o fechamento desta edição.
Outros casos
Com a revisão dos dados,
Porto Alegre registrou aumento de 13,2 pontos na média de
matemática (de 223 para 236
pontos) e de 15,6 na prova de
português da oitava série (de
210 para 225 pontos).
Com isso, no ranking das capitais nas provas de oitava série, passou da 20ª para a 13ª posição em matemática e da 22ª
para 12ª em português.
Em Belo Horizonte, a revisão
das notas na oitava série também alterou significativamente
a posição da cidade no ranking.
Na prova de português, a diferença de 11 pontos fez com que
a cidade passasse da 17ª para a
11ª posição. Em matemática,
dez pontos a mais alteraram da
14ª para a 11ª posição.
Porto Velho e Boa Vista também tiveram suas notas revisadas para cima, especialmente
nas provas de 4ª série.
A Secretaria de Educação de
Porto Alegre, cidade que teve
maior diferença na nota após a
revisão, informou que não encaminhou pedido de mudança
nas médias para o Inep.
Segundo a secretária Marilú
Fontoura de Medeiros, a mudança não prejudica a análise
da qualidade do ensino na cidade, "porque não usamos esta
avaliação como padrão único e
exclusivo". Ela diz, porém, que
"para aqueles que fazem desta
avaliação um critério único para avaliar docentes e alunos, estes já foram extremamente
prejudicados nas suas cidades e
em cada uma das escolas".
(AG, FT e FS)
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