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Deputados pediram para antecipar novo fuso
Em 60 dias, Brasil terá 3 em vez de 4 fusos horários; para parlamentar, mudança resolve problemas de emissoras de TV
Mudanças vão acontecer em
46 municípios da região
Norte; emissoras enfrentam
dificuldades para se adequar
à classificação indicativa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Casa Civil apressou a sanção da lei que altera o fuso horário em 46 municípios da região Norte para atender a um
pedido do líder do governo do
Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) e do primeiro vice-presidente da Casa, Tião Viana
(PT-AC).
A mudança interessa às
emissoras de TV, que vêm enfrentando dificuldades para
adequar a programação a uma
portaria do Ministério da Justiça sobre o cumprimento da
classificação indicativa nos Estados com fuso diferente ao horário de Brasília.
"Foi um pedido meu e do senador Tião Viana, que é o autor
do projeto de lei", disse Jucá. "A
mudança ajuda a resolver parte
dos problemas das emissoras
de TV e atende a uma demanda
da população desses municípios", completou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha até o dia 9 de
maio para sancionar a lei aprovada pelo Senado há duas semanas. Com sanção publicada
anteontem no "Diário Oficial"
da União, o Brasil terá, dentro
de 60 dias, três em vez de quatro fusos horários.
As mudanças atingem os Estados do Acre, Amazonas e Pará. Todas as emissoras fizeram
lobby para apressar a sanção da
lei. A maior dificuldade era adequar a grades de programação
ao horário do Acre, onde o fuso
é de duas horas a menos em relação a Brasília.
Segundo a Folha apurou,
Bandeirantes, Record e SBT resolveram parte dos seus problemas. As três deixaram a programação após as 20 horas de
Brasília "mais light", para não
ficar fora da classificação indicativa nos Estados cujas exibições acontecem mais cedo.
Apesar de exibir o Jornal Nacional antes da novela das sete,
a Globo tem dificuldades em se
adequar nos dias em que há
partidas de futebol.
O senador Romero Jucá disse que tem discutido com o ministro da Justiça, Tarso Genro,
sobre a possibilidade de se encontrar uma solução para o
problema da classificação indicativa. "Isso não é só interesse
das emissoras. É do povo também", disse.
Só um fuso
O projeto sobre a mudança
de fuso foi apresentado pelo senador Tião Viana (PT-AC) em
2006, antes da publicação da
portaria sobre classificação indicativa. Segundo ele, o lobby
das emissoras ganhou força depois que o projeto aprovado pelo Senado passou a tramitar na
Câmara dos Deputados.
Naquela Casa, a relatoria da
proposta ficou com a deputada
Rebecca Garcia (PP-AM), cuja
família é proprietária da retransmissora da TV Bandeirantes no Amazonas. Ela contou
que as emissoras defenderam
um único fuso para o país.
"Muita gente estranhou porque não agi como empresária,
mas sim como deputada do
meu Estado", disse Rebecca,
um dia depois da aprovação do
projeto no Senado.
De acordo com a deputada,
uma mudança radical no fuso
horário causaria danos à população do Amazonas e do Acre,
que, na prática, iria despertar
no meio da madrugada.
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