São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

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ACIDENTE DA GOL

Justiça dos EUA quer que pilotos do Legacy façam defesa em vídeo

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

A Justiça de Nova York solicitou ontem que os pilotos do jato Legacy que se chocou com o avião da Gol no acidente aéreo de 29 de setembro de 2006, que deixou 154 mortos, assinem dois termos de colaboração com a Justiça brasileira. Com os documentos em mãos, o juiz americano decidirá se atende o pedido dos réus de transferir ao Brasil o processo indenizatório movido nos Estados Unidos por famílias das vítimas.
O primeiro compromisso é que, já que os pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino se recusam a voltar ao Brasil, eles devem, ao menos, gravar depoimentos em vídeo para se defender. Em uma segunda carta, eles devem se comprometer a acatar a decisão da Justiça brasileira e fazer o depósito da indenização se assim for decidido.
O juiz não disse que a concordância dos pilotos significa a transferência do julgamento, mas o pedido foi um sinal claro de que está disposto a tomar essa atitude.
Aos advogados das famílias também foi pedida uma carta, na qual devem explicar um argumento exposto na audiência de ontem para que o julgamento seja feito em Nova York. Eles disseram que os radares usados pelo controle de vôo no Brasil são os mesmos que se usa nos EUA e que, portanto, a defesa erra ao dizer que em território brasileiro haverá maior compreensão técnica do contexto do acidente.
Os documentos devem ser entregues até a próxima sexta-feira. A defesa dos pilotos, que não estavam presentes na audiência, não garantiu que eles assinarão os termos.
"Ficou tudo em aberto, não dá para saber o que acontecerá", diz Leonardo Amarante, advogado das famílias.
O processo de indenização foi aberto por cerca de 60 famílias nos EUA em 2006. Além dos pilotos, a Excel Air, dona do Legacy, é ré no processo e também argumenta que a ação deve correr no Brasil, onde corre o processo criminal do acidente.


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