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ACIDENTE DA GOL
Justiça dos EUA quer que pilotos do Legacy façam defesa em vídeo
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
A Justiça de Nova York solicitou ontem que os pilotos
do jato Legacy que se chocou
com o avião da Gol no acidente aéreo de 29 de setembro de 2006, que deixou 154
mortos, assinem dois termos
de colaboração com a Justiça
brasileira. Com os documentos em mãos, o juiz americano decidirá se atende o pedido dos réus de transferir ao
Brasil o processo indenizatório movido nos Estados Unidos por famílias das vítimas.
O primeiro compromisso é
que, já que os pilotos Joseph
Lepore e Jan Paul Paladino
se recusam a voltar ao Brasil,
eles devem, ao menos, gravar
depoimentos em vídeo para
se defender. Em uma segunda carta, eles devem se comprometer a acatar a decisão
da Justiça brasileira e fazer o
depósito da indenização se
assim for decidido.
O juiz não disse que a concordância dos pilotos significa a transferência do julgamento, mas o pedido foi um
sinal claro de que está disposto a tomar essa atitude.
Aos advogados das famílias também foi pedida uma
carta, na qual devem explicar
um argumento exposto na
audiência de ontem para que
o julgamento seja feito em
Nova York. Eles disseram
que os radares usados pelo
controle de vôo no Brasil são
os mesmos que se usa nos
EUA e que, portanto, a defesa erra ao dizer que em território brasileiro haverá maior
compreensão técnica do
contexto do acidente.
Os documentos devem ser
entregues até a próxima sexta-feira. A defesa dos pilotos,
que não estavam presentes
na audiência, não garantiu
que eles assinarão os termos.
"Ficou tudo em aberto,
não dá para saber o que acontecerá", diz Leonardo Amarante, advogado das famílias.
O processo de indenização
foi aberto por cerca de 60 famílias nos EUA em 2006.
Além dos pilotos, a Excel Air,
dona do Legacy, é ré no processo e também argumenta
que a ação deve correr no
Brasil, onde corre o processo
criminal do acidente.
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