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Lojistas taxam recarga de Bilhete Único
Para cada operação, comerciantes da capital cobram R$ 0,50 de usuários; segundo a SPTrans, medida não é autorizada
Receita com a cobrança pode chegar a R$ 300 por mês; proprietários de lojas dizem que precisam custear a segurança da operação
ANDRÉ MONTEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para compensar eventuais
prejuízos com assaltos, comerciantes de São Paulo decidiram
cobrar uma "taxa de segurança" de R$ 0,50 no serviço de recarga do cartão Bilhete Único,
utilizado no transporte coletivo da Grande São Paulo. A prática é vetada pela SPTrans.
A Folha constatou a cobrança em dois pontos comerciais
de regiões distintas: uma perfumaria na região da Vila Formosa (zona leste) e uma assistência técnica de celulares na região do Jabaquara (zona sul).
Os comerciantes, que não quiseram se identificar, afirmam
não ser os únicos a cobrar pelo
serviço em suas regiões.
A proprietária da perfumaria
disse que os R$ 0,50 são para
custear a segurança da operação. "Muitas pessoas concordam com a taxa de segurança,
porque eu pago, de segurança,
R$ 200 por semana." Como o
serviço só aceita dinheiro, ela
diz que já foi assaltada quando
levava os valores até o banco.
Os dois comerciantes justificam a cobrança dizendo que
recebem pouco da rede que
opera os terminais (Ponto Certo). Outro comerciante, que
não faz a cobrança, diz que a remuneração fica em torno de R$
1 a cada R$ 400 carregados.
Os proprietários dizem que
chegaram a interromper o serviço, mas acabaram voltando
por insistência de clientes.
Eles disseram fazer cerca de
30 recargas por dia. Considerando uma média de 20 dias
úteis a cada mês, o lucro pode
chegar a R$ 300.
De acordo com a SPTrans,
existem cerca de 7.000 pontos
de venda cadastrados para fazer a recarga do cartão, como
terminais próprios, lotéricas,
bancas de jornal, farmácias e
padarias. A Ponto Certo, maior
rede credenciada em SP, diz
operar 12 mil pontos.
FOLHA ONLINE
Vídeo mostra cobrança
irregular
www.folha.com.br/101097
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