São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2010

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Lojistas taxam recarga de Bilhete Único

Para cada operação, comerciantes da capital cobram R$ 0,50 de usuários; segundo a SPTrans, medida não é autorizada

Receita com a cobrança pode chegar a R$ 300 por mês; proprietários de lojas dizem que precisam custear a segurança da operação

ANDRÉ MONTEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para compensar eventuais prejuízos com assaltos, comerciantes de São Paulo decidiram cobrar uma "taxa de segurança" de R$ 0,50 no serviço de recarga do cartão Bilhete Único, utilizado no transporte coletivo da Grande São Paulo. A prática é vetada pela SPTrans.
A Folha constatou a cobrança em dois pontos comerciais de regiões distintas: uma perfumaria na região da Vila Formosa (zona leste) e uma assistência técnica de celulares na região do Jabaquara (zona sul).
Os comerciantes, que não quiseram se identificar, afirmam não ser os únicos a cobrar pelo serviço em suas regiões.
A proprietária da perfumaria disse que os R$ 0,50 são para custear a segurança da operação. "Muitas pessoas concordam com a taxa de segurança, porque eu pago, de segurança, R$ 200 por semana." Como o serviço só aceita dinheiro, ela diz que já foi assaltada quando levava os valores até o banco.
Os dois comerciantes justificam a cobrança dizendo que recebem pouco da rede que opera os terminais (Ponto Certo). Outro comerciante, que não faz a cobrança, diz que a remuneração fica em torno de R$ 1 a cada R$ 400 carregados.
Os proprietários dizem que chegaram a interromper o serviço, mas acabaram voltando por insistência de clientes.
Eles disseram fazer cerca de 30 recargas por dia. Considerando uma média de 20 dias úteis a cada mês, o lucro pode chegar a R$ 300.
De acordo com a SPTrans, existem cerca de 7.000 pontos de venda cadastrados para fazer a recarga do cartão, como terminais próprios, lotéricas, bancas de jornal, farmácias e padarias. A Ponto Certo, maior rede credenciada em SP, diz operar 12 mil pontos.

FOLHA ONLINE
Vídeo mostra cobrança irregular
www.folha.com.br/101097


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