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Trem descarrila no RJ e deixa dez feridos
Dois vagões bateram em duas casas e dois carros e derrubaram poste; acidente foi perto de Saracuruna, em Duque de Caxias
Segundo passageiros, trem estava em alta velocidade; concessionária informou que laudo com a causa será apresentado em dez dias
DENISE MENCHEN
MALU TOLEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
Um trem de passageiros descarrilou ontem à tarde, pouco
antes de alcançar a estação de
Saracuruna, em Duque de Caxias (na Baixada Fluminense),
deixando dez feridos. Os dois
primeiros vagões saíram dos
trilhos e atingiram duas casas,
dois carros e a fiação elétrica,
derrubando um poste.
O acidente aconteceu às
15h40. Com seis vagões, o trem
(prefixo UH7-17) partira da estação Central do Brasil, no centro do Rio. A última parada antes do descarrilamento foi a estação Jardim Primavera. Havia
poucos passageiros no trem, de
acordo com a Supervia, concessionária do transporte ferroviário no Estado do Rio.
No Hospital Adão Pereira
Nunes, da rede de saúde do Estado em Saracuruna, foram
medicadas sete crianças -cinco meninas e dois meninos- e
três mulheres adultas. Nenhum dos feridos corria risco
de morte, segundo o hospital. A
maioria deles apresentava arranhões e machucados leves.
O desastre levou pânico às
pessoas que estavam próximas
à linha ferroviária, que corta
uma área ocupada por casas
modestas, sem que haja barreiras de proteção. Conforme testemunhas, os vagões que saíram dos trilhos atingiram, em
seqüência, um carro Gol, o muro de uma casa, um Fiat Uno,
um poste de energia e uma casa
em construção.
Após o choque, as pessoas
correram para ajudar os feridos, que gritavam por socorro,
presos às ferragens. Thaís Moreira Gomes, 19, que estava no
segundo vagão, contou que os
passageiros ficaram desesperados. "Todo mundo gritava. Vi a
morte na minha frente."
"Nunca vi o trem correr tanto", disse Elibes Epifânio de Jesus, 33, que estava no quarto
vagão. O passageiro contou que
o maquinista fez o trajeto em
meia hora e "ficou desesperado
quando viu o estrago que fez". A
Supervia informou que o trajeto entre a Central e Saracuruna
dura 56 minutos.
Morador da casa que teve o
muro derrubado pelos vagões,
Paulo César Soares, 52, relatou
ter ouvido um grande estrondo.
"Saí correndo para ver o que
era. Esse trem sempre corre",
disse Soares.
A outra casa atingida pelo
trem pertence a Marcos Salles e
ainda estava em construção. O
primeiro vagão derrubou uma
parede e invadiu o local. "É a segunda vez que isso acontece."
Débora Aparecida Pereira,
38, estava no primeiro vagão
com as filhas Camila, 16, e Paula, 8. As três ficaram feridas
sem gravidade. No hospital, ela
disse que pensou que todas
morreriam. "Foi tudo muito rápido. Quando vi, as meninas estavam voando."
A Supervia informou que enviou técnicos ao local para apurar as causas do acidente. Segundo a concessionária, um
laudo com informações detalhadas sobre o ocorrido, inclusive com a velocidade da composição, será apresentado em
dez dias. O nome do maquinista
não foi divulgado pela empresa.
Com o acidente, a circulação
de trens do ramal de Saracuruna foi suspensa. Os demais ramais continuaram funcionando normalmente.
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