São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

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Trem descarrila no RJ e deixa dez feridos

Dois vagões bateram em duas casas e dois carros e derrubaram poste; acidente foi perto de Saracuruna, em Duque de Caxias

Segundo passageiros, trem estava em alta velocidade; concessionária informou que laudo com a causa será apresentado em dez dias

DENISE MENCHEN
MALU TOLEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Um trem de passageiros descarrilou ontem à tarde, pouco antes de alcançar a estação de Saracuruna, em Duque de Caxias (na Baixada Fluminense), deixando dez feridos. Os dois primeiros vagões saíram dos trilhos e atingiram duas casas, dois carros e a fiação elétrica, derrubando um poste.
O acidente aconteceu às 15h40. Com seis vagões, o trem (prefixo UH7-17) partira da estação Central do Brasil, no centro do Rio. A última parada antes do descarrilamento foi a estação Jardim Primavera. Havia poucos passageiros no trem, de acordo com a Supervia, concessionária do transporte ferroviário no Estado do Rio.
No Hospital Adão Pereira Nunes, da rede de saúde do Estado em Saracuruna, foram medicadas sete crianças -cinco meninas e dois meninos- e três mulheres adultas. Nenhum dos feridos corria risco de morte, segundo o hospital. A maioria deles apresentava arranhões e machucados leves.
O desastre levou pânico às pessoas que estavam próximas à linha ferroviária, que corta uma área ocupada por casas modestas, sem que haja barreiras de proteção. Conforme testemunhas, os vagões que saíram dos trilhos atingiram, em seqüência, um carro Gol, o muro de uma casa, um Fiat Uno, um poste de energia e uma casa em construção.
Após o choque, as pessoas correram para ajudar os feridos, que gritavam por socorro, presos às ferragens. Thaís Moreira Gomes, 19, que estava no segundo vagão, contou que os passageiros ficaram desesperados. "Todo mundo gritava. Vi a morte na minha frente."
"Nunca vi o trem correr tanto", disse Elibes Epifânio de Jesus, 33, que estava no quarto vagão. O passageiro contou que o maquinista fez o trajeto em meia hora e "ficou desesperado quando viu o estrago que fez". A Supervia informou que o trajeto entre a Central e Saracuruna dura 56 minutos.
Morador da casa que teve o muro derrubado pelos vagões, Paulo César Soares, 52, relatou ter ouvido um grande estrondo. "Saí correndo para ver o que era. Esse trem sempre corre", disse Soares.
A outra casa atingida pelo trem pertence a Marcos Salles e ainda estava em construção. O primeiro vagão derrubou uma parede e invadiu o local. "É a segunda vez que isso acontece."
Débora Aparecida Pereira, 38, estava no primeiro vagão com as filhas Camila, 16, e Paula, 8. As três ficaram feridas sem gravidade. No hospital, ela disse que pensou que todas morreriam. "Foi tudo muito rápido. Quando vi, as meninas estavam voando."
A Supervia informou que enviou técnicos ao local para apurar as causas do acidente. Segundo a concessionária, um laudo com informações detalhadas sobre o ocorrido, inclusive com a velocidade da composição, será apresentado em dez dias. O nome do maquinista não foi divulgado pela empresa.
Com o acidente, a circulação de trens do ramal de Saracuruna foi suspensa. Os demais ramais continuaram funcionando normalmente.


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