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FAVELA NAVAL
Tribunal de Justiça considerou que pena superior a 59 anos não condiz com as provas apresentadas no processo
Julgamento é anulado e Rambo terá 2º júri
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
O ex-PM Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, condenado por crimes cometidos contra civis na favela Naval, em Diadema (Grande
SP), terá novo julgamento.
A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo entendeu ontem que foi manifestamente
contra as provas do processo a decisão dos jurados de Diadema de
condenar Rambo a 59 anos e seis
meses de prisão. Por isso, anulou
por unanimidade o julgamento.
Rambo foi julgado, em outubro
do ano passado, pela morte do
conferente Mário José Josino e por
três tentativas de homicídio. Para
o TJ, a condenação não condisse
com os fatos envolvidos em cada
episódio (leia textos abaixo).
Os três desembargadores que votaram também decidiram reduzir
para um ano e seis meses a pena de
cinco anos e seis meses que o Júri
havia imposto ao ex-PM.
Ao todo, Rambo havia sido condenado a 65 anos. Agora, a dosagem da nova pena só vai ser conhecida no próximo julgamento
-que pode até absolvê-lo.
Gambra e outros nove ex-PMs
foram flagrados por um cinegrafista, em março de 97, espancando
pessoas que passavam por um bloqueio que montaram na favela.
Gambra foi apontado como autor
do tiro que matou Josino.
Os desembargadores Segurado
Braz e Oliveira Ribeiro já haviam
votado em favor da anulação do
julgamento. A votação sobre o recurso da defesa foi suspenso na
terça passada porque o desembargador Walter Guilherme pediu para estudar melhor o processo. Ontem ele acabou acompanhando o
voto dos outros desembargadores.
"O TJ mostrou que a lei tem de
ser aplicada, independentemente
do caso", disse Gamalher Corrêa,
advogado de Gambra. O promotor
José Carlos Blat, que denunciou
Rambo, não foi encontrado.
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