São Paulo, sábado, 26 de junho de 2004

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SEGURANÇA

Pessoas que foram presas já têm mais de 18 anos

Após rebeliões em Ribeirão, 37 internos são levados para presídio

FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
DO "AGORA"

A Polícia Civil prendeu, na noite de anteontem, 37 internos da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) de Ribeirão Preto maiores de 18 que participaram de duas rebeliões nos últimos três dias. Eles foram transferidos para o presídio estadual de Avaré (SP).
Outro jovem foi preso, mas teve a transferência adiada, pois está no hospital. Eles foram indiciados por motim, cárcere privado, formação de quadrilha e incêndio.
A Amar (Associação de Mães dos Adolescentes em Risco) deve fazer hoje reunião para pedir a troca da direção regional.
Os infratores têm de 18 a 20 anos e cumpriam medida socioeducativa na UI (Unidade de Internação) Ribeirão Preto, destinada a reincidentes em crimes graves.
A Febem diz que a ordem de prisão foi dada após acordo entre o juiz da Infância e Juventude, Guacy Sibille Leite, e o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho. Os jovens foram presos em flagrante na presença de promotores e do juiz.
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) prevê que o jovem infrator cumpra medida socioeducativa por até três anos, mesmo que ele já tenha passado de 18 anos -desde que o crime seja anterior à maioridade. Os jovens foram presos por crimes cometidos quando já eram maiores.
Para a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), as prisões são ilegais, pois foram feitas na Febem e sem advogados. A OAB vai pedir relaxamento das prisões.

São Paulo
Internos da Unidade 3 da Febem da Vila Maria (zona norte de São Paulo) fizeram uma rebelião ontem de manhã. O motim começou às 9h30, enquanto a maioria dos internos -96 no local- assistiam a aulas e durou cerca de 40 minutos. Uma pedagoga e uma professora foram feridas.
Os jovens dominaram quatro monitores e trancaram 30 funcionários em uma sala.
Funcionários disseram que os internos exigiam que 16 adolescentes isolados no Módulo 4, fossem devolvidos ao convívio.
Segundo Nilson Gomes de Sena, diretor da unidade, os menores não faziam exigências.


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