São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

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Laboratórios farmacêuticos afirmam não haver riscos para os consumidores

DA REPORTAGEM LOCAL

Os laboratórios farmacêuticos afirmam que os produtos sem registro que estão no mercado e aqueles com validação da Anvisa pendente não trazem qualquer risco ao consumidor.
As empresas informaram ainda que a falta de interesse comercial nos produtos foi o principal motivo de não realizarem os testes de bioequivalência e permitirem que os remédios perdessem os registros.
Todas afirmam ter parado a produção das drogas -do contrário, estariam desrespeitando normas da Anvisa. Os testes são um investimento alto, o que justificou o desinteresse de algumas das empresas.
As indústrias que tiveram renovação automática do registro sem que a Anvisa tivesse analisado a documentação por causa do atraso do órgão público aguardam seu posicionamento.
A Anvisa não obriga as empresas a retirar do mercado produtos que perderam os seus respectivos registros.
A Janssen-Cilag, fabricante do Itranax, cujo registro foi indeferido, afirma ter programa de recolhimento dos remédios com seus distribuidores.
Paulo Agra, gerente de assuntos regulatórios da Neo Química, disse que o estoque da droga Neo-Eritromicin, com registro vencido, está pulverizado no mercado.
A HB Farma, que produz o Ampicler, cujo registro venceu, informou que as vendas do produto não justificavam a realização da bioequivalência.
"Simplesmente não atendemos os requisitos", disse Odilon Costa, diretor de marketing da UCI-Farma, produtora do Anzopac, que teve o registro indeferido e produção paralisada.
O Quinoflox, da Biolab Sanus, que recebeu revalidação automática de registro, apresentou a prova de bioequivalência, disse o laboratório, que aguarda posição da Anvisa.
O Laboratório Teuto Brasileiro informou que o produto Teutrin, cujo registro venceu, foi descontinuado.
O diretor comercial do Laboratório Globo, Paulo Monteiro, disse que a própria empresa decidiu pedir o cancelamento dos registros dos antibióticos Ampicinal e Erimicina. "Já tinham passado por outras provas."
Henrique Nunes, supervisor de produção do laboratório Lafit, disse que a empresa pediu o cancelamento do Bacterin F em razão do alto custo do teste de bioequivalência. "A própria vigilância dá cobertura."
Também a MedQuímica confirmou o fim da produção de seu Amplimed do mercado, cujo registro venceu recentemente. Mas os produtos ainda podem estar com distribuidores.
A Vitapan, que faz a doxilina, remédio com o registro indeferido, disse não fabricar mais o produto. A Cifarma, produtora do Dispeptrin e do Pen-v-cil, não quis se manifestar. O laboratório Delta, que faz o Ampicilon, não respondeu à Folha.


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