São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

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CEUs ficam prontos apenas em dezembro

Ao contrário do que a prefeitura havia prometido, nem a parte pedagógica das 5 novas escolas será concluída em agosto

Secretário municipal da Educação explica que dificuldades com os terrenos causou o atraso, mas que obras começaram

DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As cinco novas unidades dos CEUs (Centros Educacionais Unificados), prometidas para agosto, só ficarão prontas em dezembro. A informação é do próprio secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider. O problema, explica, não está no atraso das obras, que já começaram, mas ocorreu na desapropriação dos terrenos escolhidos.
"Vários problemas burocráticos atrapalharam: tinha terreno invadido, outro sem desapropriação feita. Uma série de amarras nos impediu de começar as obras no tempo certo e causou o atraso", diz. Assim, cerca de 14 mil crianças e jovens continuarão em colégios com quatro turnos ou instaladas em locais inadequados.
É o caso da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Jardim Vila Nova, na zona leste. Seus 540 alunos estudam em cima de um supermercado e convivem com o calor e com a falta de espaço para recreio e atividades físicas. Ex-alunos de uma escola de latinha demolida para dar lugar ao CEU Azul da Cor do Mar, deveriam ser transferidos no segundo semestre. Agora, terão de esperar até o ano que vem se a prefeitura não conseguir adiantar pelo menos parte das salas de aula do bloco didático.
Anunciadas pelo ex-prefeito José Serra (PSDB) em novembro de 2005, as novas unidades dos CEUs, que ficam no Grajaú, Jardim Ângela (ambos na zona sul), Jaçanã/Tremembé (zona norte), Itaquera e Cidades Tiradentes (zona leste), deveriam ter a parte pedagógica entregue em agosto e a cultural e esportiva em outubro.
No dia 13, em visita às obras do CEU Tremembé/Jaçanã, o prefeito Gilberto Kassab (PFL) afirmou que deseja inaugurar aquela unidade com tudo pronto no fim do ano. "Pretendemos entregar o CEU Tremembé no início de dezembro, para que as crianças da região possam aproveitar a piscina ainda no verão e as atividades de lazer durante as férias escolares."
O mesmo não ocorrerá com o CEU Feitiço da Vila, no Jardim Ângela. Lá, a estrutura pedagógica estará pronta em dezembro, mas a construção das quadras terá de esperar a desapropriação de terrenos vizinhos.
O secretário diz que, no segundo semestre, será criado um grupo intersecretarial para estudar a demanda das regiões, a situação dos terrenos e a renegociação com as empreiteiras e, a partir daí, definir se serão feitos novos CEUs. "Havendo dinheiro e condições, não há porque não fazer mais."
Também no próximo semestre a secretaria irá se dedicar à programação de atividades das EMIs (Escolas Municipais Integradas). Criadas em janeiro, quando colégios municipais incorporaram 26 Clubes da Cidade e assim puderam passar a oferecer cursos esportivos e culturais aos estudantes, algumas precisavam de reformas.
Foi anunciada, na época, a construção de telecentro, biblioteca e teatro, mas ainda não há previsão para obras. "Algumas unidades estão funcionando melhor do que outras. Estamos trabalhando para que todas tenham atividades e, só então, pensaremos em obras."
Hoje, o governador do Estado, Cláudio Lembo (PFL), assina parceria com o prefeito, para levar as atividades do projeto Fábricas de Cultura à seis unidades dos CEUs. A partir de agosto, crianças e jovens entre 7 e 19 anos terão mais vagas em oficinas de artes, como música, teatro, dança e cinema.


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