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Queda de guindaste de 45 m mata 4 operários na marginal
Segundo a polícia, falha em pino fez com que braços da grua se dobrassem ao meio
Construtora responsável pela obra afirma que funcionários usavam os equipamentos exigidos e que as normas de segurança foram respeitadas
CARLA MONIQUE BIGATTO
DO "AGORA"
Quatro operários morreram
na tarde de ontem após a queda
de um guindaste de 45 metros,
o equivalente a um prédio de 12
andares, enquanto trabalhavam na construção de um shopping no Itaim Bibi (zona oeste).
O grupo montava uma grua
-espécie de guindaste- que levaria materiais de construção
para o alto do prédio, na esquina da marginal Pinheiros com a
avenida Juscelino Kubitschek.
De acordo com a polícia, uma
falha nos pinos de segurança do
equipamento fez com que os
braços da grua se dobrassem ao
meio, provocando a queda.
Dois funcionários morreram
ao cair do guindaste. Outro
operário, que ficou pendurado
na estrutura e foi resgatado
com vida, não resistiu e morreu
a caminho do hospital. A quarta
vítima fatal foi prensada entre
as ferragens do guindaste.
A construtura W. Torres, responsável pela obra, afirmou
que os operários estavam com
todos os equipamentos de proteção exigidos para a atividade
e que todas as normas de segurança foram respeitadas.
Segundo a empresa, o único
sobrevivente -Severino Alves,
37- sofreu ferimentos nas
mãos, foi encaminhado ao Hospital das Clínicas e passa bem.
De acordo com o Corpo de
Bombeiros, ele estava consciente e apavorado. Os mortos
são Joselito de Oliveira, 42, Félix Teotônio dos Santos, 48,
Francisco Alexandre de Oliveira, 28, e José da Silva, 24.
O flanelinha Maurício da Silva Freitas, 28, contou ter visto o
momento em que os funcionários caíram. "Escutei um estrondo, vi muita poeira subindo
e ferros retorcidos caindo. A
porta da cabine da grua abriu e
um dos operários caiu de braços abertos", disse.
Segundo o delegado Nelson
Caneloi Júnior, da Delegacia de
Acidentes do Trabalho, já existia um inquérito para investigar denúncias de falta de segurança dos trabalhadores que
atuavam nessa obra.
A investigação, de acordo
com Caneloi Júnior, começou
em maio último para apurar
denúncias de fiação elétrica
malfeita. O delegado diz acreditar que o acidente tenha sido
provocado pela queda do pino
de segurança. "Pelo que vi, houve defeito na máquina."
O presidente do sindicato
dos trabalhadores nas indústrias da construção civil da capital, Antônio de Sousa Ramalho, afirma que a obra contém
outras falhas de segurança, como falta de bandejas nas margens da construção para amparar a queda de objetos.
Na opinião de Ramalho, a
obra será embargada pelo Ministério do Trabalho. Hoje, três
funcionários do órgão vão vistoriar o local. A obra fica ao lado
da Daslu. No prédio -uma
construção que pertencia à Eletropaulo e ficou abandonada
por anos- será instalado um
shopping center. O estabelecimento, ainda sem nome, deve
ser inaugurado em 2009.
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