São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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Exército é imprescindível no combate ao crime, diz juiz

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Para o juiz federal Marcello Granado, novo responsável pelo julgamento dos 11 militares acusados de entregar três rapazes a traficantes, o Rio vive "uma guerra civil" -ter o Exército à frente da segurança pública é "imprescindível", diz.
"A questão tem que ser regulamentada, muito bem controlada, mas acho realmente imprescindível [a atuação do Exército contra o crime]. Porque não resta a menor dúvida. Nenhum cidadão brasileiro, principalmente carioca, pode ter dúvidas de que a gente vive uma guerra civil", afirmou ele, em entrevista ontem no gabinete da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, onde é titular.
"Em nenhum outro lugar do mundo, em condições de guerrilha não declarada, se tem as imagens que a gente têm, de fuzil, de grupos organizados nesse nível", diz Granado, 41.
Juiz federal há 12 anos, carioca, ele lamentou que a participação de militares na morte dos três moradores do morro da Providência crie dúvidas a respeito da necessidade de as Forças Armadas participarem do combate aos criminosos.
"É um fato, penso eu, isolado, uma situação totalmente inusitada. Isso não pode, não deve, atingir o prestígio das Forças Armadas, que em outras ocasiões já esteve auxiliando a segurança do Rio. E acho que, na média, foi muito bem."
Anteontem à noite, Granado determinou a prisão preventiva do tenente Vinícius Ghidetti, dos três sargentos e dos sete soldados acusados.
O juiz disse que acompanhava o caso com interesse pela mídia e que a ação pode ter afetado a esperança que parte da população tinha na ação das Forças Armadas. "Isso eu posso dizer, até como cidadão, que [houve] uma repercussão muito ruim desse fato."


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