São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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Segurança de banco atira em cliente e é preso

Após discussão por causa de porta giratória que travou, vigia sacou revólver e disparou; segurança alega legítima defesa

Preso em flagrante pela PM, vigilante de 47 anos foi indiciado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio doloso e continuará detido

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Um segurança terceirizado da Caixa Econômica Federal foi preso ontem em flagrante por policiais militares após atirar em um cliente dentro da agência, durante o horário de atendimento ao público, na Vila Sônia, zona oeste da capital.
José Tadeu Caruso, 50, foi levado ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas com um ferimento no ombro. Até a conclusão desta edição, ele permanecia consciente e seu quadro clínico era considerado estável.
O vigia Jorge Francisco Santos, 47, foi indiciado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio doloso -por assumir o risco de matar alguém. Ele ficou preso no 34º Distrito Policial, mas hoje será transferido.
Segundo Marcelo Benga, advogado da Centurion Segurança e Vigilância Ltda., empresa terceirizada que presta serviços à Caixa, o segurança alega inocência, diz que atirou em legítima defesa. "A vítima tentou agredir o vigia e arrancar a arma dele após discussão", disse.
Quatro testemunhas, no entanto, inclusive o gerente do banco, afirmaram à polícia que o cliente ficou a uma distância de dois metros do vigia e não encostou nele, que sacou a arma e atirou contra Caruso.
O motivo da discussão, relataram as testemunhas, foi a porta giratória do banco. Ela havia travado quando a mulher de Caruso tentou entrar.
Um motoboy disse à delegada Joana D'Arc de Oliveira que a porta destravou assim que mulher colocou seus objetos no guarda volumes. Essa mesma testemunha, que não teve seu nome divulgado, afirmou que a mulher falou alto que iria reclamar do constrangimento que passou ao gerente.
Já o marido dela, segundo o motoboy, falou que daria um murro no vigilante e o colocaria para fora da agência. Ao entrar, prossegue a testemunha, o cliente discutiu com o segurança, os dois deram a volta no balcão e pararam um em frente ao outro. Foi nessa hora que o vigilante sacou a arma e atirou.
PMs que passavam em frente à agência, na avenida Professor Francisco Morato, socorreram o cliente e algemaram o vigia. Imagens do circuito interno do banco foram requisitadas pela polícia para análise da perícia. "O vigia é despreparado. Poderia ter ferido mais gente. Isso não se faz", disse a delegada. A Caixa informou que pagaria as despesas médicas do cliente.


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