São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Gripe fecha faculdades e até posto de saúde

Faculdade de economia da USP, Cásper Líbero e instituições de PR e ES suspendem aulas; no RJ, funcionária doente faz posto fechar

Médicos condenam a suspensão de atividades; com 53 novos casos, chegou a 452 o total de registros da gripe suína no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO


Após o fechamento de várias escolas nos últimos dias em razão da gripe A (H1N1), quatro faculdades do país e até um posto de saúde na região serrana do Rio de Janeiro decidiram suspender suas atividades.
Com a confirmação de 53 novos casos ontem, chegou a 452 o total de registros da chamada gripe suína no país. Só nos últimos três dias, foram 212 novos casos, ou mais de 70 por dia.
Na USP, foram identificados três alunos com a doença na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade). A escola, com 3.700 estudantes, suspendeu as aulas por sete dias e recomendou que fiquem em casa, por uma semana, aqueles que tiveram contato com os três alunos doentes.
Também em São Paulo, a Faculdade Cásper Líbero antecipou as férias dos 3.000 estudantes depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária identificou a doença em duas alunas. A UEL (Universidade Estadual de Londrina) e a Univix, de Vitória (ES), suspenderam as aulas após a constatação de infectados entre estudantes e funcionários.
Em Foz do Iguaçu (PR), 50 funcionários do setor de informática da usina Itaipu Binacional foram afastados do trabalho após a constatação de que um trabalhador contraiu o vírus.
A Prefeitura de Nova Friburgo (RJ) fechou seu maior posto de saúde anteontem, depois de ser confirmado que uma funcionária está com gripe suína e que outra está com suspeita da doença. A unidade atende 2.000 pessoas por semana.
A funcionária doente, segundo a prefeitura, é da administração do posto e não tinha contato direto com pacientes.
"É um centro que atende especialmente pessoas com baixa resistência", justificou o secretário municipal de Saúde, Ostwald Dantas dos Santos Filho. Segundo ele, uma portaria do Ministério da Saúde estabelece que, quando há risco de alastramento da doença em um hospital ou posto, é recomendável o fechamento da unidade. O ministério negou a informação.
Para o epidemiologista Roberto Medronho, da UFRJ, "é absolutamente não recomendado" fechar unidades de saúde que tenham profissionais com suspeita da gripe suína.
Segundo Esper Kallas, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, o fato de aparecer alguém com a doença em escolas, faculdades ou empresas não é, por si só, motivo para mandar todos para casa.
A Anvisa disse que não orientou nenhuma entidade a fechar para evitar aglomerações. Segundo o órgão, a orientação para evitar lugares fechados e com muitas pessoas vale para quem vai a países com transmissão sustentada da gripe.
(FÁBIO TAKAHASHI, JOSÉ MASCHIO, CÍNTIA ACAYABA e TAI NALON)


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