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Gripe fecha faculdades e até posto de saúde
Faculdade de economia da USP, Cásper Líbero e instituições de PR e ES suspendem aulas; no RJ, funcionária doente faz posto fechar
Médicos condenam a suspensão de atividades; com 53 novos casos, chegou a 452 o total de registros
da gripe suína no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
Após o fechamento de várias
escolas nos últimos dias em razão da gripe A (H1N1), quatro
faculdades do país e até um
posto de saúde na região serrana do Rio de Janeiro decidiram
suspender suas atividades.
Com a confirmação de 53 novos casos ontem, chegou a 452
o total de registros da chamada
gripe suína no país. Só nos últimos três dias, foram 212 novos
casos, ou mais de 70 por dia.
Na USP, foram identificados
três alunos com a doença na
FEA (Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade). A escola, com 3.700 estudantes, suspendeu as aulas por
sete dias e recomendou que fiquem em casa, por uma semana, aqueles que tiveram contato com os três alunos doentes.
Também em São Paulo, a Faculdade Cásper Líbero antecipou as férias dos 3.000 estudantes depois que a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária identificou a doença em
duas alunas. A UEL (Universidade Estadual de Londrina) e a
Univix, de Vitória (ES), suspenderam as aulas após a constatação de infectados entre estudantes e funcionários.
Em Foz do Iguaçu (PR), 50
funcionários do setor de informática da usina Itaipu Binacional foram afastados do trabalho
após a constatação de que um
trabalhador contraiu o vírus.
A Prefeitura de Nova Friburgo (RJ) fechou seu maior posto
de saúde anteontem, depois de
ser confirmado que uma funcionária está com gripe suína e
que outra está com suspeita da
doença. A unidade atende
2.000 pessoas por semana.
A funcionária doente, segundo a prefeitura, é da administração do posto e não tinha
contato direto com pacientes.
"É um centro que atende especialmente pessoas com baixa
resistência", justificou o secretário municipal de Saúde, Ostwald Dantas dos Santos Filho.
Segundo ele, uma portaria do
Ministério da Saúde estabelece
que, quando há risco de alastramento da doença em um hospital ou posto, é recomendável o
fechamento da unidade. O ministério negou a informação.
Para o epidemiologista Roberto Medronho, da UFRJ, "é
absolutamente não recomendado" fechar unidades de saúde
que tenham profissionais com
suspeita da gripe suína.
Segundo Esper Kallas, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, o fato de
aparecer alguém com a doença
em escolas, faculdades ou empresas não é, por si só, motivo
para mandar todos para casa.
A Anvisa disse que não orientou nenhuma entidade a fechar
para evitar aglomerações. Segundo o órgão, a orientação para evitar lugares fechados e
com muitas pessoas vale para
quem vai a países com transmissão sustentada da gripe.
(FÁBIO TAKAHASHI, JOSÉ MASCHIO, CÍNTIA ACAYABA e TAI NALON)
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