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Imagem contesta versão de estupro na Barra, diz polícia
Para delegado, vídeo contradiz depoimento da jovem que acusou adolescentes por abuso
Advogado de garota diz que
pediu cópia da fita do circuito
interno e que vai acusar os
rapazes por estupro, porque
diz já ter provas contra eles
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
O delegado Carlos Augusto
Nogueira Pinto, da 16ª DP (Barra da Tijuca, na zona oeste do
Rio), disse ontem que imagens
das câmeras de segurança do
condomínio Península e os depoimentos de três adolescentes
apontaram contradições na
versão apresentada pela jovem
de 19 anos que alegou ter sido
estuprada após uma festa.
Os quatro envolvidos moram
no residencial. A menina alega
ter ido até uma trilha, com quatro rapazes, após consumirem
vodca numa área comum do
condomínio. Na trilha, ela diz
ter trocado "beijos e carícias"
com um deles, que depois foi
embora. Esse rapaz é um ex-morador do condomínio.
A estudante afirmou à polícia
que, quando tentou sair da trilha, foi impedida pelos outros
três rapazes, todos de 17 anos, e
foi obrigada a praticar sexo com
pelo menos um deles -sem
condições de identificá-lo devido à embriaguez.
Segundo a versão dela, os cinco teriam ido juntos à trilha.
Mas as imagens das câmeras
confirmam o depoimento inicial dos jovens: que ela decidiu
ir com só um dos jovens. Os outros aparecem saindo calmamente do local, diz o delegado.
Pela versão dos rapazes, que
foram ouvidos ontem em salas
separadas, a menina teria chamado um deles para a trilha e
concordado em manter relações sexuais.
"Após analisar as imagens, eu
vejo contradição no termo [depoimento] dela, ela faltou com
a verdade em alguns pontos,
pontos cruciais. Quanto aos rapazes, não há a mínima contradição. Há muitas mentiras no
termo dela", afirmou o delegado, que recebeu ontem as imagens do condomínio.
Ele pretende promover nos
próximos dias uma nova acareação, agora entre os três rapazes e a estudante. Segundo o
delegado, caso seja provado que
ela mentiu ao acusá-los, a estudante poderá responder pelo
crime de denunciação caluniosa -cuja pena pode chegar a
dois anos de prisão.
Wanderley Rebello Filho, advogado da estudante, afirmou
ontem à noite que desconhecia
a fita e que vai pedir uma cópia.
"Essa pode ser a opinião do
delegado, mas independentemente disso eu vou propor uma
queixa-crime acusando os três
por estupro, porque já tenho
provas suficientes", disse ele,
citando o depoimento dela, fotos de hematomas nas pernas e
um laudo que preliminarmente
constatou lesões corporais e
desvirginamento recente.
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