São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Imagem contesta versão de estupro na Barra, diz polícia

Para delegado, vídeo contradiz depoimento da jovem que acusou adolescentes por abuso

Advogado de garota diz que pediu cópia da fita do circuito interno e que vai acusar os rapazes por estupro, porque diz já ter provas contra eles

FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

O delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto, da 16ª DP (Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio), disse ontem que imagens das câmeras de segurança do condomínio Península e os depoimentos de três adolescentes apontaram contradições na versão apresentada pela jovem de 19 anos que alegou ter sido estuprada após uma festa.
Os quatro envolvidos moram no residencial. A menina alega ter ido até uma trilha, com quatro rapazes, após consumirem vodca numa área comum do condomínio. Na trilha, ela diz ter trocado "beijos e carícias" com um deles, que depois foi embora. Esse rapaz é um ex-morador do condomínio.
A estudante afirmou à polícia que, quando tentou sair da trilha, foi impedida pelos outros três rapazes, todos de 17 anos, e foi obrigada a praticar sexo com pelo menos um deles -sem condições de identificá-lo devido à embriaguez.
Segundo a versão dela, os cinco teriam ido juntos à trilha. Mas as imagens das câmeras confirmam o depoimento inicial dos jovens: que ela decidiu ir com só um dos jovens. Os outros aparecem saindo calmamente do local, diz o delegado.
Pela versão dos rapazes, que foram ouvidos ontem em salas separadas, a menina teria chamado um deles para a trilha e concordado em manter relações sexuais.
"Após analisar as imagens, eu vejo contradição no termo [depoimento] dela, ela faltou com a verdade em alguns pontos, pontos cruciais. Quanto aos rapazes, não há a mínima contradição. Há muitas mentiras no termo dela", afirmou o delegado, que recebeu ontem as imagens do condomínio.
Ele pretende promover nos próximos dias uma nova acareação, agora entre os três rapazes e a estudante. Segundo o delegado, caso seja provado que ela mentiu ao acusá-los, a estudante poderá responder pelo crime de denunciação caluniosa -cuja pena pode chegar a dois anos de prisão.
Wanderley Rebello Filho, advogado da estudante, afirmou ontem à noite que desconhecia a fita e que vai pedir uma cópia.
"Essa pode ser a opinião do delegado, mas independentemente disso eu vou propor uma queixa-crime acusando os três por estupro, porque já tenho provas suficientes", disse ele, citando o depoimento dela, fotos de hematomas nas pernas e um laudo que preliminarmente constatou lesões corporais e desvirginamento recente.


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