São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

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RINALDO ROCHA (1919-2010)

A última vez que remou nas águas do rio Tietê

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Nem faz tanto tempo assim que Rinaldo Rocha remou pela última vez nas águas do Tietê: foi em 1999, num evento comemorativo do Clube Esperia. Antes da aventura, foi até questionado: O senhor tem coragem? Tem certeza de que quer ir?
Ele foi, e percorreu o trajeto mais poluído de sua história esportiva com auxílio de uma máscara. De sua época como remador, sobraram poucos companheiros -Rinaldo era o mais velho ali.
O evento ficou registrado nos jornais, que lamentavam o fato de o rio ter perdido havia muito tempo seu charme.
Até o fim da vida, ele foi sócio do Clube de Regatas Tietê. Nos anos 40, remava e nadava no rio, sem a menor preocupação. Era um esportista, e nunca achou que fosse sentir a velhice. Conta o filho Carlos que o pai jogou tênis e bocha até os 80 anos.
Natural de Botucatu, no interior de São Paulo, o filho de imigrantes italianos que vieram trabalhar na lavoura mudou-se ainda menino para a capital paulista.
Fez desenho industrial no Senac e trabalhou na empresa de elevadores Atlas, desenvolvendo projetos de máquinas. Depois, foi representante comercial de artigos de refrigeração, com o que se aposentou, nos anos 70.
Estava casado desde 1948, com Almira, com quem teve dois filhos. De vida sempre agitada, adorava ir a bailes para dançar -o que continuou fazendo mesmo depois de ficar viúvo, em 1986.
Morreu no sábado, aos 91, de falência de órgãos. Teve dois netos. A missa de sétimo dia será realizada hoje, às 18h, na igreja Assunção de Nossa Senhora, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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