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RINALDO ROCHA (1919-2010)
A última vez que remou nas águas do rio Tietê
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Nem faz tanto tempo assim que Rinaldo Rocha remou pela última vez nas
águas do Tietê: foi em 1999,
num evento comemorativo
do Clube Esperia. Antes da
aventura, foi até questionado: O senhor tem coragem?
Tem certeza de que quer ir?
Ele foi, e percorreu o trajeto mais poluído de sua história esportiva com auxílio de
uma máscara. De sua época
como remador, sobraram
poucos companheiros -Rinaldo era o mais velho ali.
O evento ficou registrado
nos jornais, que lamentavam
o fato de o rio ter perdido havia muito tempo seu charme.
Até o fim da vida, ele foi sócio do Clube de Regatas Tietê. Nos anos 40, remava e nadava no rio, sem a menor
preocupação. Era um esportista, e nunca achou que fosse sentir a velhice. Conta o filho Carlos que o pai jogou tênis e bocha até os 80 anos.
Natural de Botucatu, no
interior de São Paulo, o filho
de imigrantes italianos que
vieram trabalhar na lavoura
mudou-se ainda menino para a capital paulista.
Fez desenho industrial no
Senac e trabalhou na empresa de elevadores Atlas, desenvolvendo projetos de máquinas. Depois, foi representante comercial de artigos de
refrigeração, com o que se
aposentou, nos anos 70.
Estava casado desde 1948,
com Almira, com quem teve
dois filhos. De vida sempre
agitada, adorava ir a bailes
para dançar -o que continuou fazendo mesmo depois
de ficar viúvo, em 1986.
Morreu no sábado, aos 91,
de falência de órgãos. Teve
dois netos. A missa de sétimo
dia será realizada hoje, às
18h, na igreja Assunção de
Nossa Senhora, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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