DE SÃO PAULO

De nada adiantou a Subprefeitura da Sé colocar blocos de concreto na porta. O puxadinho do boteco na esquina das ruas da Consolação e Maria Antônia, na região central, avançou.
Por ter feito reforma que se estendia pela calçada sem autorização, afirma a prefeitura, o Consolação Chic Bar teve a obra embargada, demolida e malotões de concreto foram colocados na porta, há cerca de duas semanas.
Segundo a subprefeitura, o bar tem alvará e os blocos traçavam o limite até onde as mesas poderiam ser colocadas -na prática, só no salão.
Com o descumprimento, a prefeitura agora diz que vai cassar a licença do bar, frequentado basicamente por alunos do Mackenzie.
Para servir os clientes, os garçons têm de desviar por um corredor forjado pelos blocos de concreto. E quem for ao banheiro também precisa se espremer pelo beco.
De bloqueio, os blocos de concreto colocados no bar passaram a servir de cadeira para os frequentadores.
"Temos autorização e a documentação completa. Foi um erro de comunicação. Não nos deram nenhuma notificação, não souberam explicar. Prometeram que iriam retirar, mas já faz duas semanas e nada", diz Michael Lemos, gerente do bar.
Com os malotões na porta, dizem os garçons, o movimento do bar caiu 80%, porque os clientes acham que se trata de uma interdição da Vigilância Sanitária.
"Reabrimos depois da reforma e no dia seguinte a prefeitura colocou esses blocos de concreto", afirma o garçom Valdemir Correa.
"Não sabia o motivo, mas imaginei que estivesse interditado", diz Rafaela Gezebeluka Silva, estudante de direito do Mackenzie, na única mesa ocupada no bar no final da tarde de ontem.
A subprefeitura diz que vai mandar fiscais para apreender mesas e cadeiras.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO e TALITA BEDINELLI)


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