São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011

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Desfalques somam mais de R$ 1 bilhão desde 2009

Levantamento da Polícia Federal aponta quantia desviada da União

No período, 32 prefeitos e ex-prefeitos foram presos; Polícia Federal especializa delegados no combate a fraudes

DE SÃO PAULO
DE PORTO ALEGRE


Nos últimos três anos, delegados da Polícia Federal estão se especializando no combate a desvios de verbas públicas, superfaturamentos em contratos da administração e fraudes a licitações.
Dados da atuação contra esses tipos de crimes estão em levantamento da PF obtido pela Folha, que incluiu as 83 maiores operações desde janeiro de 2009 contra malfeitos com recursos da União.
O levantamento aponta desfalques aos cofres públicos de mais R$1,2 bilhão, isto apenas nas investigações em que já foi possível calcular os valores das irregularidades- cerca de dois terços do total.
Esses casos levaram à prisão de 32 prefeitos ou ex-prefeitos e 142 servidores públicos, além do indiciamento de 293 pessoas suspeitas de participarem dos crimes.
Esse tipo de atuação poderá ganhar impulso com a criação formal de Delegacias Especializadas na Repressão aos Desvios de Recursos Públicos (Delerps), previstas no projeto de reestruturação da PF, em estudo pelo governo.
O foco nos crimes contra os cofres públicos levou a PF a criar um manual para orientar as investigações.
O material está em análise pela corregedoria da corporação e, se aprovado, será encaminhado para os delegados de todo o país.
"O combate aos desvios de recursos públicos representa uma das prioridades da instituição", afirma o diretor geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra.

SAÚDE
Duas da maiores investigações da PF contra desvios de verbas públicas na área da saúde, as operações Solidária e Saúde, ocorreram no Estado do Rio Grande do Sul, que passa por uma das mais importantes crises no setor.
Alguns dos principais hospitais da capital gaúcha estão com emergências fechadas devido à superlotação.
Em um deles, o das Clínicas, há situações de pacientes que aguardam atendimento do lado de fora do prédio, sob temperatura de 15ºC.
Outra operação da PF envolvendo irregularidades na saúde foi a Carcará, que prendeu sete prefeitos da Bahia e outros 39 suspeitos de desviar verbas federais e fraudar licitações em 2010.
Ela é considerada a maior operação da história da corporação no Estado.
A CGU (Controladoria-Geral da União) estima que os prejuízos aos cofres públicos cheguem a R$ 60 milhões. A investigação apontou que, em 20 municípios, havia superfaturamento de preços de serviços e produtos, como remédios e merenda escolar.
(FLÁVIO FERREIRA, FELIPE BÄCHTOLD e MATHEUS MAGENTA)


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