São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011

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Cinelândia renasce com vocação comercial

Imóveis no centro do Rio estão se transformando

FÁBIO GRELLET
DO RIO

Na primeira metade do século passado, era na Cinelândia que o carioca se divertia, observava as tendências da moda e fazia compras. A segunda metade reservou pior sorte à região, mergulhada em decadência desde quando esse eixo de atividades se deslocou para a zona sul.
Agora, enquanto a vizinha Lapa volta a se consagrar como ícone da boemia do Rio, a Cinelândia renasce com nova vocação e se torna polo de escritórios comerciais.
A região concentra prédios históricos, quase todos mantidos pelo Corredor Cultural, projeto instituído pela Prefeitura do Rio na década de 1980 para proteger alguns imóveis, que só podem ser reformados com autorização da administração municipal.
Como não podiam ser derrubados para dar lugar a projetos arquitetônicos modernos, muitos prédios da Cinelândia foram abandonados.
O aquecimento econômico do Rio tratou de revitalizá-los. Todas as reformas vão manter as fachadas originais dos imóveis, alterando apenas suas divisões internas.
Quase todos os cinemas da região pertenciam ao espanhol Francisco Serrador, que iniciou sua aventura com o Cine Capitólio, em 1925. Hoje, o Vitória está em reforma para abrigar uma unidade da Livraria Cultura e escritórios.
Os cines Plaza e Palácio foram comprados recentemente. O Pathè virou igreja evangélica, outros já funcionam como centros comerciais e apenas três se mantêm como cinemas. O Rex e o Orly oferecem filmes pornográficos. O Odeon, do grupo Estação, tem programação comum.
O edifício Francisco Serrador está em reforma para abrigar empresas de Eike Batista. O hotel Ambassador foi reformado, mudou de nome e hoje é ocupado principalmente por empresários.

BOOM IMOBILIÁRIO
Desde o final de 2009, a região central vive um boom de valorização que aumentou o preço dos imóveis, sejam residenciais ou comerciais, em até 70%, segundo corretores.
A disputa é tanta que quem compra não quer aparecer. "Tentei comprar outro cinema antes, mas ele acabou sendo vendido para outra empresa. Então comprei o Plaza e já submetemos o projeto de reforma à prefeitura", conta o atual dono do antigo cinema na rua do Passeio.


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