|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estréia e partidos facilitam cassação
da Reportagem Local
O deputado estadual Hanna Garib (suspenso do PPB) tem contra
ele, na Assembléia Legislativa, pelo
menos duas variáveis políticas que
pesam a favor do vereador Vicente
Viscome (expulso do PPB) na Câmara: composição partidária da
Casa e tempo de mandato.
A opinião é de vereadores e deputados ouvidos pela Folha. Eles
acreditam que, apesar de as acusações e as provas contra os parlamentares serem muito parecidas,
essas diferenças podem explicar o
desfecho das votações, caso Garib
seja cassado e Viscome, absolvido.
O pedido de cassação de Viscome
será votado na segunda-feira. O de
Garib, na terça.
"O Garib acabou de chegar à Assembléia e não sabe nada de ninguém", disse um vereador da oposição. "Aqui (na Câmara), há barganha. Alguns vereadores têm medo de que o Viscome resolva falar o
que sabe. Tem muito vereador
com rabo preso."
"Na Câmara o Garib fez muito favor e até conseguiria barganhar.
Mas os deputados não devem nada
para ele", completou um vereador
que costuma votar com o governo.
"Para a gente, o Garib é o único
problema. Se o punirmos, alteraremos o cenário de desaprovação do
Legislativo. Na Câmara, a cassação
abre um precedente enorme porque já existem outras denúncias.
Talvez por isso exista muita gente
interessada em evitar a cassação",
concordou um deputado.
Além do tempo de Casa, a diferença entre a composição partidária da Assembléia e a da Câmara é
outra variável que pode definir o
resultado das votações.
Como ambas são secretas, os
parlamentares não terão responsabilidade pública por seus votos.
As bancadas antimalufistas na
Assembléia somam 50 parlamentares -53% do total. Estão incluídos na conta os representantes do
PSDB, do PT, do PDT, do PPS, do
PC do B e do PSB. Para que a cassação de Garib seja aprovada, são necessários 48 votos -50% do total
mais um.
"Fizemos os cálculos em uma
reunião ontem (quinta). Devemos
chegar a 60 votos (pela cassação)",
disse um deputado. Além de todos
os antimalufistas, os defensores da
cassação contam com cerca de dez
votos distribuídos entre o PPB, o
PL, o PFL e o PMDB.
"Podem somar porque vamos
mesmo dar uma resposta ao clamor social", disse outro deputado,
dono de um dos dez votos que viriam do malufismo.
Na Câmara, o antimalufismo
tem 20 vereadores -36% do total.
Estão incluídos na conta os representantes dos seguintes partidos:
PT, PSDB, PSB, PDT e PC do B. Soma-se à minoria parlamentar da
oposição uma exigência mais rígida para a cassação. Na Câmara, o
vereador perde o mandato se dois
terços votarem a favor da cassação,
ou seja, 37 vereadores.
(SC)
Texto Anterior: Viscome se compara a Jesus e pede piedade Próximo Texto: Justiça: Tribunal mantém condenação de shopping Índice
|