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JUSTIÇA
Donos do Osasco Plaza tiveram recurso negado e terão de indenizar vítimas de explosão que matou 42 em 96
Tribunal mantém condenação de shopping
da Reportagem Local
O Tribunal de Justiça (TJ) de São
Paulo confirmou, por unanimidade, a decisão de primeira instância
que manda os donos e administradores do Osasco Plaza Shopping
indenizar familiares e vítimas da
explosão que matou 42 pessoas e
feriu 472 em junho de 96.
As indenizações, que ainda não
foram calculadas, podem ultrapassar os US$ 20 milhões, segundo estimativa do Ministério Público.
Os três desembargadores -José
Osório (relator), Cunha Bueno e
José Geraldo Jacobina Rabello-
da 4ª Câmara de Direito Privado
votaram contra o recurso da defesa
do shopping. O shopping pode
ainda recorrer aos tribunais de
Brasília.
No recurso, a defesa alegou que
não podia ser aplicado ao caso o
Código de Defesa do Consumidor,
no qual foi baseada a ação, por não
haver remuneração direta ao
shopping por parte dos clientes.
A decisão tem efeito coletivo,
pois foi proferida em ação civil pública proposta pelo Ministério Público. Ela se estende a todos os parentes e vítimas da explosão.
Só não serão beneficiados aqueles que já fizeram acordos com o
shopping ou aqueles que estão
movendo ações individuais.
A sentença em primeira instância foi dada em 26 de maio de 97
pelo juiz da 5ª Vara Cível de Osasco, Manoel Barbosa de Oliveira.
Tragédia
A explosão do Osasco Plaza
Shopping aconteceu no dia 11 de
junho de 96, perto da praça de alimentação.
Segundo lojistas e funcionários,
o cheiro de gás era comum no local. Eles disseram ter feito várias
reclamações à administração do
shopping.
O laudo do Instituto de Criminalística confirmou que uma série de
erros na instalação de gás GLP (gás
de cozinha) foi a causa da explosão. Os peritos concluíram que o
vazamento aconteceu em uma tubulação de gás desativada.
O acidente gerou 82 processos
contra o shopping e as construtoras na Justiça. Em três deles, os donos e administradores do shopping são acusados de explosão dolosa (intencional), porque teriam
negligenciado a informação de que
havia um vazamento de gás, não
tomando providências. O Ministério Público considera que eles assumiram o risco do acidente.
O shopping alega nos diversos
processos que é inocente das acusações. Segundo seus advogados, o
shopping também seria vítima dos
problemas de construção do prédio e da falta de fiscalização da
companhia de gás, que seriam responsáveis pelo vazamento que
causou a explosão.
O advogado do shopping, Arnaldo José Pacífico, afirmou que, por
meio da seguradora Itaú, cerca de
70 vítimas já foram indenizadas,
totalizando R$ 3,5 milhões.
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