São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2006

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Umidade cai mais em SP e chega a 17% na zona sul

Tempo seco pelo país favorece queimadas e poluição e agrava problemas de saúde

Ribeirão Preto (SP) registra 12% de umidade relativa do ar; frente fria pode amenizar situação no Sudeste no fim de semana


Antônio Gaudério/Folha Imagem
Skatista na av. Sumaré com camiseta amarrada no rosto em virtude do ar seco na capital


DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA
DA FOLHA RIBEIRÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma forte onda de calor atinge todo o país em pleno inverno, causando transtornos à população com a baixa umidade do ar e o aumento da poluição e de focos de queimadas.
Ontem, São Paulo registrou, segundo o Inmet (Instituto de Meteorologia), mínima de 28% de umidade relativa do ar, o índice mais baixo deste mês, situação que é agravada pela poluição (leia texto abaixo).
De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura), a umidade mínima foi de 17% em Capela do Socorro (zona sul). Nas regiões de Perus (zona norte), Vila Prudente (zona leste) e Campo Limpo (zona sul), ficou em 19%.
Em Ribeirão Preto (319 km de SP), o índice chegou a 12% ontem. Em Brasília, foi de 24% ontem e 20% anteontem.
O normal para a saúde é acima de 30%. Taxas mais baixas podem causar transtornos, como problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos -é recomendável a todos não fazer exercícios físicos ao ar livre entre as 11h e as 15h e evitar aglomerações em ambientes fechados.

Bloqueio
O tempo seco e com altas temperaturas é provocado por uma massa de ar quente presente sobre grande parte do país, que tem gerado um bloqueio atmosférico, impedindo a passagem de frentes frias vindas do sul do continente.
O Estado de São Paulo, segundo os meteorologistas, está vivendo um veranico em pleno inverno. Há 15 dias não chove. Das 20 estações de medição da Cetesb, apenas uma, a da Mooca (zona leste), indicava boa qualidade do ar. As demais apontavam qualidade regular.
De acordo com os meteorologistas, o bloqueio atmosférico deve ser quebrado por uma uma frente fria acompanhada de uma massa de ar frio vinda da Argentina. Essa frente fria deve provocar chuva na região Sul amanhã. No final de semana, pode chover também no Sudeste e Centro-Oeste. Em todo o Sul e parte do Sudeste e Centro-Oeste, deve acontecer também queda na temperatura.
O Rio, sem chuvas fortes há 26 dias, teve ontem a mais alta temperatura do inverno: 33,1C em Santa Cruz, na zona oeste.
Como em São Paulo, a seca aumenta a poluição atmosférica na região metropolitana, pois não ocorre a dispersão das partículas de poeira. Em compensação, a água do mar fica mais limpa. Sem chuva, as galerias pluviais deixam de jogar sujeira nas praias.
Já as matas correm mais riscos. Segundo o Corpo de Bombeiros, por dia surgem pelo menos 70 focos de incêndio em todo o Estado do Rio.

Mais queimadas
A estiagem e a baixa umidade principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste provocaram aumento em 64% na quantidade de focos de calor pelo país em dois dias.
Segundo o Cptec/Inpe (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), tinham sido registrados até anteontem 378 focos de calor, contra 230 no dia anterior. Esses focos são pontos captados por satélites, normalmente associados a queimadas.
A pior situação continuava sendo a de Mato Grosso, que concentrava 190 desses focos. Depois aparecia o Pará, com 92.
Foram registrados incêndios no entorno do Parque Nacional do Caparaó (MG) e no Parque Nacional do Iguaçu (PR).
Nos três Estados da região Sul, 253 municípios decretaram situação de emergência.
(LUÍSA BRITO, EDUARDO DE OLIVEIRA, MARI TORTATO, SERGIO TORRES, LUCIANA CONSTANTINO E JULIANA COISSI)

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