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Umidade cai mais em SP e chega a 17% na zona sul
Tempo seco pelo país favorece queimadas e poluição e agrava problemas de saúde
Ribeirão Preto (SP) registra 12% de umidade relativa
do ar; frente fria pode amenizar situação no Sudeste no fim de semana
Antônio Gaudério/Folha Imagem
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Skatista na av. Sumaré com camiseta amarrada no rosto em virtude do ar seco na capital |
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA
DA FOLHA RIBEIRÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma forte onda de calor atinge todo o país em pleno inverno, causando transtornos à população com a baixa umidade
do ar e o aumento da poluição e
de focos de queimadas.
Ontem, São Paulo registrou,
segundo o Inmet (Instituto de
Meteorologia), mínima de 28%
de umidade relativa do ar, o índice mais baixo deste mês, situação que é agravada pela poluição (leia texto abaixo).
De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de
Emergências, da prefeitura), a
umidade mínima foi de 17% em
Capela do Socorro (zona sul).
Nas regiões de Perus (zona norte), Vila Prudente (zona leste) e
Campo Limpo (zona sul), ficou
em 19%.
Em Ribeirão Preto (319 km
de SP), o índice chegou a 12%
ontem. Em Brasília, foi de 24%
ontem e 20% anteontem.
O normal para a saúde é acima de 30%. Taxas mais baixas
podem causar transtornos, como problemas respiratórios,
principalmente em crianças e
idosos -é recomendável a todos não fazer exercícios físicos
ao ar livre entre as 11h e as 15h e
evitar aglomerações em ambientes fechados.
Bloqueio
O tempo seco e com altas
temperaturas é provocado por
uma massa de ar quente presente sobre grande parte do
país, que tem gerado um bloqueio atmosférico, impedindo
a passagem de frentes frias vindas do sul do continente.
O Estado de São Paulo, segundo os meteorologistas, está
vivendo um veranico em pleno
inverno. Há 15 dias não chove.
Das 20 estações de medição da
Cetesb, apenas uma, a da Mooca (zona leste), indicava boa
qualidade do ar. As demais
apontavam qualidade regular.
De acordo com os meteorologistas, o bloqueio atmosférico
deve ser quebrado por uma
uma frente fria acompanhada
de uma massa de ar frio vinda
da Argentina. Essa frente fria
deve provocar chuva na região
Sul amanhã. No final de semana, pode chover também no Sudeste e Centro-Oeste. Em todo
o Sul e parte do Sudeste e Centro-Oeste, deve acontecer também queda na temperatura.
O Rio, sem chuvas fortes há
26 dias, teve ontem a mais alta
temperatura do inverno: 33,1C
em Santa Cruz, na zona oeste.
Como em São Paulo, a seca
aumenta a poluição atmosférica na região metropolitana,
pois não ocorre a dispersão das
partículas de poeira. Em compensação, a água do mar fica
mais limpa. Sem chuva, as galerias pluviais deixam de jogar
sujeira nas praias.
Já as matas correm mais riscos. Segundo o Corpo de Bombeiros, por dia surgem pelo menos 70 focos de incêndio em todo o Estado do Rio.
Mais queimadas
A estiagem e a baixa umidade
principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste provocaram aumento em 64% na quantidade de focos de calor pelo
país em dois dias.
Segundo o Cptec/Inpe (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), tinham sido registrados
até anteontem 378 focos de calor, contra 230 no dia anterior.
Esses focos são pontos captados por satélites, normalmente
associados a queimadas.
A pior situação continuava
sendo a de Mato Grosso, que
concentrava 190 desses focos.
Depois aparecia o Pará, com 92.
Foram registrados incêndios
no entorno do Parque Nacional
do Caparaó (MG) e no Parque
Nacional do Iguaçu (PR).
Nos três Estados da região
Sul, 253 municípios decretaram situação de emergência.
(LUÍSA BRITO, EDUARDO DE OLIVEIRA, MARI TORTATO, SERGIO TORRES, LUCIANA CONSTANTINO E JULIANA COISSI)
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