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Delegado agora é denunciado por dinheiro não-declarado
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
O delegado André Di Rissio,
42, afastado da presidência da
Associação dos Delegados de
Polícia do Estado de São Paulo
após ser preso no mês passado,
foi denunciado pelo Ministério
Público Federal por crime contra o sistema financeiro, "por
manter no exterior valores não
declarados à Receita Federal".
O caso está sob sigilo, e os
procuradores não revelaram a
quantia mantida no exterior.
Di Rissio e o delegado Wilson
Roberto Ordones -que atuava
no aeroporto internacional de
Viracopos, em Campinas (SP),
e também preso-, respondem
ainda por posse ilegal de armas
de fogo não registradas. Esse
processo foi encaminhado para
investigação por parte do Ministério Público Estadual. Ambos estão presos na capital. Ontem, o STJ negou pedido de habeas corpus a Di Rissio.
O Ministério Público Federal
e a PF investigam mais um grupo de ao menos 15 pessoas suspeitas de atuar em esquema de
fraude no aeroporto.
Di Rissio também foi denunciado por tráfico de influência.
Escutas telefônicas feitas pela
Polícia Federal indicam que ele
manipulou operações policiais
do Deic (Departamento de Investigações do Crime Organizado) para supostamente beneficiar pessoas próximas.
Em uma das conversas gravadas com autorização da Justiça, Di Rissio pede ajuda ao pai
dele, o desembargador do Tribunal de Justiça Eduardo Di
Rissio Barbosa, para livrar um
advogado de uma ação popular.
Nesse caso dos grampos em
que é citado o pai de Di Rissio, o
processo foi desmembrado e já
foi encaminhado para apuração da Procuradoria Geral da
República, em Brasília.
Documentos do Ministério
Público também revelam que
Di Rissio, apesar de ganhar cerca de R$ 6.000 por mês, morava
em um apartamento avaliado
em cerca de R$ 1 milhão e andava em carros importados.
Outro lado
Em carta encaminhada no
dia 11 de julho ao site da Associação dos Delegados do Estado
de São Paulo, o delegado Di Rissio nega as acusações e pede
afastamento da presidência.
"Venho, através da presente,
solicitar-lhe, e aos demais companheiros de diretoria e conselho, que seja-me dada licença
da presidência dessa Casa. Porque, como é do conhecimento
de todos, vi-me envolvido e denunciado por práticas jamais
adotadas, que repugno e repulso com veemência", diz o trecho inicial. A carta é endereçada ao vice-presidente da associação e hoje presidente em
exercício, Sérgio Marcos Roque. O advogado que defende
Di Rissio nesse processo, Antonio Cláudio Maris de Oliveira,
foi procurado ontem, por telefone, mas não foi localizado.
A Secretaria da Segurança
Pública disse, por meio de sua
assessoria de comunicação, que
Di Rissio "nunca teve influência sobre decisão do Deic".
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