São Paulo, sábado, 26 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"A qualidade do serviço é outra", diz chefe de pronto-socorro

DA REPORTAGEM LOCAL

Embora o movimento ainda seja grande, os médicos da emergência do hospital do Mandaqui, na zona norte de São Paulo, agora estão conseguindo ter tempo para o café entre uma cirurgia e outra.
O número de vítimas de acidentes de trânsito que são levadas para o apelidado "HC da zona norte" -em referência ao Hospital das Clínicas- diminuiu sensivelmente desde 20 de junho, quando entrou em vigor a lei seca, que aumentou o rigor contra quem dirige após beber. A queda, segundo o hospital, foi de 40% a 50%.
"Estamos no céu", diz a médica Magali Vicente Proença, diretora-técnica do Mandaqui.
A mudança está se refletindo na qualidade do trabalho dos médicos, que, porém, continuam atendendo um número elevado de pacientes que sofreram quedas ou foram baleados.
"As séries de TV americanas em hospitais refletem mais ou menos a nossa realidade, aquela loucura de um plantão, médico correndo para atender um paciente atrás do outro. Não dá para descansar", diz o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. "Quando você reduz o número de atendimentos, dá para tomar um café, conversar com o colega, dizer "boa noite" ao doente."
A chefe do pronto-socorro do hospital, Kátia Knebel, confirma. "Agora conseguimos ver os pacientes com mais calma, atender melhor aos familiares. Antes, recebíamos quatro, cinco, seis traumas de uma vez. Não dava para falar com ninguém direito", afirma "A mudança nos deu uma aliviada. A qualidade do serviço é outra."
De acordo com ela, o trabalho também ficou facilitado porque, além da queda do número de pacientes vítimas de motoristas que beberam, o estado em que eles chegam à emergência é menos grave agora.
"Como estamos na região da serra da Cantareira, recebíamos muitos pacientes graves, com politraumatismo, como aquele homem que desce dirigindo com o carro cheio [de pessoas] e, bêbado, capota ou desce o barranco. Temos visto que os acidentes de trânsito estão menos graves."
(RW)



Texto Anterior: Hospitais poupam R$ 4,5 mi com lei seca
Próximo Texto: Hospital do CE também estima gasto menor
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.