São Paulo, segunda-feira, 26 de julho de 2010 |
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DEPOIMENTOS "Tomei poucas [palmadas] e foram bem dadas. Na hora, senti que era um castigo. Agora só tenho razões para dizer o quão certa ela [a mãe] estava. Há coisas que não adianta transferir para lei" JOSÉ GREGORI, 80, secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de SP, ex-ministro da Justiça
"Sou da geração
que levou palmada.
Dependendo da
traquinagem, rolava
esse discurso. Hoje
em dia sou contra.
Acho abominável, é
um código violento,
uma prepotência do
adulto contra a
criança"
"Levei palmada
e apanhei com vara
de árvore. Me ajudou
a saber os limites.
Em alguns casos, a
palmada é bem-vinda. Se a lei proíbe
qualquer tipo de
contato físico, as
crianças podem
crescer sem limites"
"Levei alguns
tapinhas simbólicos
da minha mãe. Uma
vez, porém, meu pai
perdeu a cabeça e me
bateu bastante.
Fiquei revoltado.
Uma palmadinha vez
ou outra é saudável,
mas agressão física
já é outra coisa"
"Levei muitos
tapas. Meu pai me
batia até com [galhos
de] urtiga. Acho que
ninguém morre por
causa de umas boas
palmadas. Elas
servem para que a
criança sinta que
aquilo que fez está
errado. Esses tapas
doem mais nos pais"
"Apanhei muito
e até hoje quando
penso nisso me faz
mal. Minha mãe não
tinha pena, não.
Batia com corda de
náilon que queimava
feito brasa. Acho que
há outras formas de
educar. Bater é coisa
de pai que não sabe
conversar"
"Levei uns
tapinhas dos meus
pais e isso não me
traumatizou, não.
Acho essa lei errada
porque entra no
íntimo da família.
Acho que é preciso
educar o povo. E,
quando isso
acontecer, não vai
precisar ter lei"
"Levei um ou
dois tapas, que
devem ter sido
[dados] em situações
graves. O maior não
bate no menor. É isso
que ensinamos às
crianças e isso vale
também para os
adultos. A agressão
verbal pode ser tão
grave quanto a física" |
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