São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 2011

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Homicídios mantêm queda em São Paulo

Enquanto assassinatos intencionais continuam caindo desde o início do ano, roubos seguidos de morte crescem

Número de mortes ocorridas durante assaltos no interior chama a atenção de autoridades paulistas


AFONSO BENITES
JOSÉ BENEDITO DA SILVA

DE SÃO PAULO

Enquanto a capital paulista se deparou com uma queda vigorosa na quantidade de homicídios intencionais no primeiro semestre deste ano, o interior do Estado teve um aumento na mesma proporção nos latrocínios, quando há roubo seguido de morte.
Os dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública ontem mostram que de janeiro a junho os homicídios caíram 12% no Estado, sendo 28% na capital, em comparação ao mesmo período de 2010. Em seis meses, houve 2.109 vítimas de assassinatos nos 2.000 casos registrados (às vezes um caso de homicídio tem mais de uma vítima).
O total de homicídios no Estado segue em queda desde o início do ano, após um aumento no ano passado.
Escalados pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para comentar os dados, o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro, e o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Camilo, disseram que a queda de homicídios era esperada por conta do aumento do policiamento e do fortalecimento das investigações.
"Desde 1999, quando começou o combate efetivo ao homicídio, o número de policiais é o mesmo. O que mudou foi a gestão. Temos mais homens na rua ou desempenhando funções essenciais do que tínhamos antes", afirmou o coronel Camilo.
Agora, a meta dos policiais é conseguir que os crimes contra o patrimônio (furto e roubo) tenham resultados positivos. Neste semestre, roubo ficou praticamente estável, com 525 casos a menos do que no primeiro semestre do ano passado. Já furto registrou um aumento de 9%.
As autoridades dizem estar "bastante" preocupadas com o aumento dos assassinatos resultantes de roubos.
No semestre, os latrocínios cresceram 20% no Estado (12% na capital, 30% na Grande SP e 21% no interior).
O número de vítimas chama a atenção no interior, onde ocorreram 86 dos 167 assassinatos durante roubos.
As regiões de Ribeirão Preto e de Piracicaba são as que mais preocupam a polícia. Tiveram, respectivamente, 19 e 21 vítimas de latrocínio.
"Foram casos pontuais que nos deixaram em alerta e precisaremos analisar com os delegados desses locais", afirmou o delegado-geral.
"[O aumento] nos preocupa muito, mas estatisticamente é um ponto fora da curva", completou Carneiro.
Para Camilo, o aumento da violência dos criminosos pode ter influenciado na alta dos latrocínios no interior.
"Temos mais policiais na capital do que no interior, o que explica a redução do homicídio ser maior aqui. Por outro lado, os ladrões estão cada vez mais violentos. Eles têm acesso a armamentos cada vez mais cedo. Precisamos combater isso para reduzir as mortes", disse o PM.


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