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EPIDEMIA 3
Maioria dos pacientes é considerada "normal'; procura por ajuda aumentou entre 10% e 30% nos últimos 5 anos
Até os magros insistem em perder peso
da Reportagem Local
O maior contingente de pessoas
que buscam ajuda para emagrecer
não pertence à classe de pessoas
consideradas acima do padrão ou
obesas, mas das que são consideradas normais ou até magras.
Médicos ouvidos pela Folha afirmam que, nos últimos cinco anos,
o número de pessoas que chegam
aos consultórios querendo perder
peso cresceu entre 10% e 30%.
"A maioria delas já é magra,
mas insiste em emagrecer mais",
afirma Marcio Mancini, médico
do grupo de obesidade e doenças
do metabolismo do Hospital das
Clínicas, de São Paulo.
Mancini conta que a busca desesperada pela perda de peso já
mudou até o exemplo dado pelos
professores das escolas médicas.
"Na década de 50, a miss Suécia
era citada como um exemplo de
peso ideal. O seu IMC (índice de
massa corpórea) era 22,5. Hoje,
ela é anoréxica porque tem o índice de uma pessoa doente, de 16."
O médico Ronaldo Laranjeira,
responsável por um grupo de dependentes de álcool e drogas da
Universidade Federal de São Paulo, diz que a maioria de suas pacientes são mulheres que não são
gordas ou que nunca foram gordas, mas hoje estão dependentes
das drogas inibidoras de apetite.
Mesmo sem drogas, a neurose de
emagrecer a qualquer custo faz
com que muitas mulheres comecem a sofrer de outras doenças,
como bulimia e anorexia.
As bulímicas (que têm apetite insaciável e seguem estratégias para
perder peso como jejuns prolongados, uso de laxantes e indução
de vômitos) e as anoréxicas (que
têm perda de apetite) representam
cerca de 5% e 1% da população,
respectivamente.
(LUCIA MARTINS e PRISCILA LAMBERT)
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