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GAROTO DA HORA
O tenista Fernando Meligeni,
27, chegou na semana passada a
sua melhor colocação da carreira
no ranking da ATP (Associação
dos Tenistas Profissionais), durante o torneio de Sttutgart, na
Alemanha. É o 45º entre os 2.000
tenistas do mundo registrados na
associação. Foi eliminado ao perder para Gustavo Kuerten.
Mas rivalidade, diz ele, só nas
quadras. Nem popularidade ele
quer disputar com o amigo. Diz
que está feliz com o que tem.
Pelo menos profissionalmente,
Meligeni vem levando vantagem
sobre Guga nas quadras. Neste
ano, enquanto Kuerten ainda não
venceu nenhum torneio, Meligeni já levou o de Praga, na República Tcheca. Nas próximas três
semanas, o jogador ainda disputa
torneios na Áustria, na Holanda e
no principado de San Marino.
Você chegou à sua melhor colocação no ranking da ATP. Qual
é a meta para esse ano?
Olha, eu não tenho uma meta
definida para o ranking. Não coloco o ranking como meta porque isso traz uma pressão muito
grande. Ao melhorar o meu jogo,
automaticamente o ranking vai
aparecer. Você não é dez, 20, ou
50 do mundo por acaso. Eu sou
45 hoje, mas não estou jogando
para isso, isso não existe.
Quanto tempo útil de carreira
você ainda tem?
Um jogador vai no mínimo até
os 30. Eu gostaria de, no mínimo,
jogar de novo as Olimpíadas, as
Olimpíadas de Sydney são uma
meta que eu botei na cabeça. Até
lá, eu vou ter 30 anos.
Como foi o jogo com o Guga?
Foi um jogo atípico, é complicado jogar com um amigo. A gente joga cada partida como se fosse
uma guerra. E quando você joga
contra uma pessoa que você admira, acaba não sendo como é
normalmente. Nós jogamos bastante quietos, quase sem vibração, por não querer provocar e
gritar, como rola de vez em quando dentro do campo.
E depois do jogo, como foi?
Assisti o jogo dele e depois viemos para o hotel, ficamos dando
risada. Daqui a pouco eu vou ver
o jogo dele de novo.
Nas Olimpíadas de Atlanta
(96), você chegou a ser chamado de Meligênio. Em compensação, hoje, você tem a melhor colocação da carreira. Como você
compara os dois momentos?
O momento das Olimpíadas foi
um grande susto para todo mundo. Eu disputei medalha duas vezes e acabei terminando em quarto, o Brasil inteiro torcendo, e as
pessoas falando tanto de mim, aí
foi a hora de aparecer para a mídia, para o povão. Eu continuei o
ano muito bem e apareceu o
"boom" Guga. Mas não deixei
de jogar bem. É normal que se
olhe para o número um. Hoje,
apesar de estar num melhor momento, para mim, o melhor resultado foi nas Olimpíadas.
Você sente falta da popularidade que tinha nessa época?
Eu gosto da popularidade que
tenho hoje. As pessoas me reconhecem, mas tenho liberdade de
fazer o que quero. Se eu pudesse
escolher, ficaria com o que tenho.
Você tem tempo de namorar,
ficando tanto tempo longe?
Está difícil de alguém me
aguentar. Agora não estou namorando. Eu fico muito pouco tempo no Brasil, e é difícil se envolver
como é preciso num relacionamento. Mas uma hora aparece.
Então, você está procurando?
Lógico. Mas hoje, minha carreira é prioridade. Para ficar comigo, tem que topar ser a número
dois. Daqui a um tempo, se a pessoa ainda estiver comigo...
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