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PRESÍDIO SEM LEI
Motim em prisão feminina durou 22 horas e teve 1 morte; alvo de detentas era mulher de inimigo do PCC
Após rebelião, Suzane Richthofen é transferida
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Após 22 horas de tensão, a rebelião na Penitenciária Feminina da
Capital, em São Paulo, acabou na
manhã de ontem, com a transferência de 12 detentas, entre elas
Suzane Louise von Richthofen,
presa após confessar o assassinato
dos próprios pais. Também foi levada para outro presídio Aurinete
Carlos Félix da Silva, a Netinha,
apontada como o pivô do motim.
Uma detenta foi morta.
Segundo Hédio Silva Jr., da Comissão de Direitos Humanos da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil), que participou das negociações, as presas receberam ordens para matar Netinha, mulher
de Cesar Augusto Roris da Silva, o
Cesinha, ex-líder da facção PCC
(Primeiro Comando da Capital).
O casal foi jurado de morte após
romper com o PCC e criar o TCC
(Terceiro Comando da Capital).
Com a retirada imediata de Netinha, começou a rebelião e 11
funcionárias foram feitas reféns.
Para Silva Jr., a ordem para matá-la partiu de detentos da Penitenciária do Estado, que funciona no
mesmo complexo. "Apesar de algumas mulheres serem vinculadas a facções criminosas, as prisões femininas não têm essa divisão. A ordem veio de fora."
A Secretaria de Administração
Penitenciária informou, por meio
de nota, que a rebelião começou
com a tentativa de homicídio de
duas detentas, mas não informou
nomes nem para onde foram
transferidas. Helena Maria da Silva, da Pastoral Carcerária, confirmou que o alvo era Netinha.
"Quando ela chegou à unidade, as
outras não aceitaram."
Suzane Richthofen também foi
transferida por questão de segurança. Segundo a Secretaria de
Administração Penitenciária, ela
não foi feita refém. O órgão não
informou, porém, o que aconteceu com ela durante a rebelião.
Segundo Silva Jr., a versão dada
pelas detentas é que ela foi trancada na enfermaria por uma funcionária, onde permaneceu a salvo.
Após o fim da rebelião, a tropa
de choque entrou na unidade para ajudar as funcionárias na revista das detentas. Nenhuma refém
foi ferida. A penitenciária tem 410
vagas e abrigava 664 detentas.
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