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Presa morta não deveria estar no local, diz advogada
FERNANDA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Quitéria Silva Santos, 36,
morta anteontem na rebelião,
só estava na Penitenciária Feminina da Capital em virtude
de um laudo psiquiátrico que
autorizou sua saída da Casa de
Custódia, em Franco da Rocha
-destinada a presas com problemas psiquiátricos.
A advogada Sônia Drigo, do
ITTC (Instituto Terra Trabalho
e Cidadania), e Heidi Cerneka,
da Pastoral Carcerária, afirmam que Santos tinha transtornos mentais e passou diversas vezes pela Casa de Custódia. Ela era medicada, passava
alguns dias ou meses lá e voltava para prisões comuns.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, Santos estava na Casa de Custódia
no início do ano, mas sua
transferência foi autorizada.
Ela foi levada para o Tatuapé,
mas em maio, por problemas
de relacionamento, foi novamente transferida.
"Todas as funcionárias ficaram chocadas. Ela era uma pessoa agressiva, mas tinha problemas", disse Cerneka.
Em março de 2003, membros
do ITTC, da Acat (Ação dos
Cristãos para a Abolição da
Tortura) e da Pastoral Carcerária encontraram Santos, que
estava de castigo, fechada em
uma cela no Tatuapé.
Ela, conta Sônia Drigo, estava
em uma cela escura e isolada.
"Quando a encontramos, Quitéria estava trancada havia
mais de 30 dias. Suja, nua e
agressiva. A comida era jogada
para dentro da cela."
A transferência foi autorizada para a Casa de Custódia,
mas ela acabou retornando para prisões comuns. Para Drigo,
o laudo não justifica a transferência. "A situação psiquiátrica
dela era conhecida de todos."
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