São Paulo, sexta-feira, 26 de agosto de 2005

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URBANISMO

Fundação quer liberar obra em área tombada

Faap faz pesquisa para pressionar pela aprovação de novos prédios

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma pesquisa por telefone com moradores e comerciantes do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, a Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) pretende pressionar o governo em prol da ampliação de seu campus, que prevê a construção de um estacionamento e dois prédios. A obra tem gerado polêmica desde 2002, devido ao tombamento do bairro.
O estudo ouviu 439 pessoas durante o mês de julho e o início de agosto -73% se disseram totalmente a favor da obra e 49% se dispuseram a participar de um abaixo-assinado pela ampliação. Mas a associação Viva Pacaembu por São Paulo contesta a credibilidade do resultado, assim como a sua representatividade.
Segundo o diretor-presidente da faculdade, Antonio Bias Bueno Guillon, o levantamento será encaminhado para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), para o prefeito José Serra (PSDB) e para o Condephaat (conselho estadual de preservação do patrimônio) -como o bairro é tombado, o órgão precisa avaliar a legalidade da construção.

Demolições
No mês de junho, a Faap apresentou ao Condephaat um projeto que prevê a demolição de sete casas vizinhas à faculdade para a construção de dois prédios: um de quatro andares, que ficaria voltado para a rua Alagoas, e outro com dois pavimentos, com frente para a rua Itatiara.
O projeto inicial previa que o prédio da Alagoas tivesse seis andares, afirma Guillon. A proposta chegou a ser aprovada pelo Condephaat, mas protestos levaram o conselho a revogar o ato em 2002.
Depois disso, a faculdade apresentou outro projeto, no qual o prédio maior passaria a ter um pavimento a menos. "Como houve aquela grita geral, diminuímos para cinco andares, mas também deu confusão", afirma o diretor presidente da Faap.
A principal vantagem apresentada pela Faap para os moradores do entorno é uma garagem subterrânea com 1.160 vagas. Se construída, afirma o diretor da faculdade, a garagem retiraria o correspondente a 5 km de carros das ruas do entorno.
Devido aos diferentes zoneamentos da área, o projeto da garagem está dividido em três partes -duas associadas aos prédios.
Em 2003, a faculdade obteve autorização do Condephaat para construir a terceira parte: um estacionamento subterrâneo com 600 vagas. A obra seria feita em um terreno já ocupado pela faculdade, onde estão instalados o prédio dos funcionários, uma marcenaria e o centro médico.
De acordo com Guillon, porém, a construção desse estacionamento só será feita mediante a aprovação dos prédios pelo Condephaat. "De que me adianta fazer essas 600 vagas agora e perder 1.700 m2 de área construída? Onde vou colocar o centro médico, a marcenaria?", afirma.


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