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URBANISMO
Fundação quer liberar obra em área tombada
Faap faz pesquisa para pressionar pela aprovação de novos prédios
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Com uma pesquisa por telefone
com moradores e comerciantes
do Pacaembu, na zona oeste de
São Paulo, a Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) pretende pressionar o governo em prol
da ampliação de seu campus, que
prevê a construção de um estacionamento e dois prédios. A obra
tem gerado polêmica desde 2002,
devido ao tombamento do bairro.
O estudo ouviu 439 pessoas durante o mês de julho e o início de
agosto -73% se disseram totalmente a favor da obra e 49% se
dispuseram a participar de um
abaixo-assinado pela ampliação.
Mas a associação Viva Pacaembu
por São Paulo contesta a credibilidade do resultado, assim como a
sua representatividade.
Segundo o diretor-presidente
da faculdade, Antonio Bias Bueno
Guillon, o levantamento será encaminhado para o governador
Geraldo Alckmin (PSDB), para o
prefeito José Serra (PSDB) e para
o Condephaat (conselho estadual
de preservação do patrimônio)
-como o bairro é tombado, o órgão precisa avaliar a legalidade da
construção.
Demolições
No mês de junho, a Faap apresentou ao Condephaat um projeto que prevê a demolição de sete
casas vizinhas à faculdade para a
construção de dois prédios: um
de quatro andares, que ficaria voltado para a rua Alagoas, e outro
com dois pavimentos, com frente
para a rua Itatiara.
O projeto inicial previa que o
prédio da Alagoas tivesse seis andares, afirma Guillon. A proposta
chegou a ser aprovada pelo Condephaat, mas protestos levaram o
conselho a revogar o ato em 2002.
Depois disso, a faculdade apresentou outro projeto, no qual o
prédio maior passaria a ter um
pavimento a menos. "Como houve aquela grita geral, diminuímos
para cinco andares, mas também
deu confusão", afirma o diretor
presidente da Faap.
A principal vantagem apresentada pela Faap para os moradores
do entorno é uma garagem subterrânea com 1.160 vagas. Se construída, afirma o diretor da faculdade, a garagem retiraria o correspondente a 5 km de carros das
ruas do entorno.
Devido aos diferentes zoneamentos da área, o projeto da garagem está dividido em três partes
-duas associadas aos prédios.
Em 2003, a faculdade obteve autorização do Condephaat para
construir a terceira parte: um estacionamento subterrâneo com
600 vagas. A obra seria feita em
um terreno já ocupado pela faculdade, onde estão instalados o prédio dos funcionários, uma marcenaria e o centro médico.
De acordo com Guillon, porém,
a construção desse estacionamento só será feita mediante a aprovação dos prédios pelo Condephaat.
"De que me adianta fazer essas
600 vagas agora e perder 1.700 m2
de área construída? Onde vou colocar o centro médico, a marcenaria?", afirma.
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