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Polícia apreende contabilidade do PCC
Registros apontam que quadrilha arrecadava, por semana, cerca de R$ 200 mil junto a criminosos ligados à facção
Uma das contas estava em nome de uma criança; também foram apreendidas espadas de samurai, usadas no batismo dos criminosos
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de Santo André apreendeu ontem em São
José dos Campos a contabilidade de células do PCC que agem
no Grande ABC, no Vale do Paraíba e na região de Campinas.
A quadrilha movimenta cerca
de R$ 200 mil por semana, segundo o delegado da Dise (Delegacia de Investigações Sobre
Entorpecentes) de Santo André, Marcelo Bianchi.
Uma das contas bancárias
identificadas durante as investigações, em nome de uma
criança de três anos, tinha cerca de R$ 200 mil em depósitos.
Também foram apreendidos
um fuzil, uma carabina, uma
porção de cocaína e duas espadas de samurai utilizadas no
batismo de novos integrantes
do PCC (Primeiro Comando da
Capital). Um homem que seria
responsável por guardar as armas do PCC conseguiu fugir ao
perceber a presença da polícia.
Outro homem, que estava com
a droga, foi preso por tráfico.
O fuzil, de acordo com o delegado, foi utilizado pelo PCC para atacar um policial em Caçapava, no Vale do Paraíba.
A polícia foi a São José dos
Campos após obter gravações
telefônicas que indicavam que
funcionava na cidade a contabilidade e o depósito de armas.
Segundo o delegado Bianchi,
o número de armas só não foi
maior porque, na quinta-feira à
noite, criminosos de várias cidades participaram de uma festa em que o armamento foi distribuído entre eles.
""Poderíamos esperar um
pouco mais para avançar nas
investigações, mas, como havia
uma grande quantidade de armamento, optamos por fazer
essa apreensão", disse.
A contabilidade estava na casa de uma mulher que seria casada com Luciano de Oliveira
Costa, o "Luciano Gordo", condenado por vários seqüestros
no Vale do Paraíba.
A mulher, identificada como
A.B.D., não foi presa, de acordo
com o delegado, porque havia
viajado a Presidente Venceslau
para visitar Luciano. Como não
houve flagrante, a polícia vai
pedir a prisão dela à Justiça.
O apartamento onde ela mora fica no São Dimas, bairro de
classe média alta na região central de São José dos Campos.
""Ela era a tesoureira", diz.
O caderno traz anotações
com nomes de pessoas que integrariam a facção e discrimina
valores que teriam arrecadado.
A relação de contas correntes
mostra pequenos depósitos, geralmente no valor de R$ 500 e
R$ 1.000, que seriam depositados como mensalidade pelos
criminosos. Quando o montante se aproximava de R$ 10 mil, o
dinheiro era sacado.
A relação de contas bancárias
que serão analisadas pelos órgãos federais de combate a lavagem de dinheiro receberam
um documento que contém informações sobre Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC e de mais
109 integrantes (25 lideranças
e 85 pilotos) da facção.
Colaborou KLEBER TOMAZ, da Reportagem Local
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